Carlos Heitor Cony costumava dizer que um livro não se acaba - se abandona. Deve ser abandonado quando o escritor tem aquela certeza de que talvez não adiante mais mexer no que já foi exaustivamente mexido, modificado. Esse processo de lapidação é também individual e solitário. Mais: é um processo ético e individual, nascido das entranhas da imaginação do autor, que não pode nem recorrer a outros sob o risco de as alterações ficarem ainda piores, descaracterizando por completo a ideia inicial do texto.
Sergio Faraco muito provavelmente não acredita nisso.
Gaúcho do Alegrete, 78 anos completados no último dia 25, Faraco "foi" um dos maiores contistas brasileiros da sua geração. "Foi" - me apresso em explicar já que o autor ainda goza de boa saúde e esteja pleno em suas faculdades mentais - por opção própria, já que não pretende mais se dedicar a escritos ficcionais, como confirma na entrevista publicada a seguir. Mas se for lembrado o tempo em que ainda produzia com constância, Faraco talvez jamais concordasse com a afirmação de Cony. Para ele, todos os contos surgiam de um trabalho de paciência e detalhismo, sendo constantemente modificados até que adquirissem um formato ideal. "Um conto só está pronto quando não precisa mais ser mexido", me disse Faraco certa vez. Mas quando é possível saber que um texto não precisa mais ser mexido? Quando se tem conhecimento de que o texto não ficará inacabado para sempre? Aí a resposta é quase impossível de se obter. Não há controle nesta relação entre escrita e tempo.
No caso de Faraco era normal que a finalização de um texto levasse alguns dias. Mas houve um caso de um conto iniciado quando Bianca - a filha mais velha de Faraco - tinha seis meses e só foi concluído quando ela estava fazendo residência médica, aos 25 anos. Tanta paciência quase sempre é reconhecida. "Sergio Faraco dominou de tal forma a arte de fazer um conto que fica difícil enumerar suas virtudes. O melhor é dizer logo que se trata de um virtuose, nele não se encontram nem os poderosos de Assis Brasil nem os guerreiros de Tabajara Ruas. São os gaúchos anônimos, peões, contrabandistas, matadores, cujas histórias ele mistura com histórias tiradas de sua memória de infância", escreveu tempos atrás o crítico literário José Onofre.
"Faraco é da chamada geração de ouro do conto, que qualificou a nossa ficção a partir dos anos 1970, mas não é só isso. Lágrimas na chuva, o livro de suas memórias em Moscou, é um relato longo com a força dos depoimentos que vão muito além do confessional", diz o jornalista Moisés Mendes. E acrescenta: "Se há algo a lamentar é que Faraco parece ter dado sua obra como contista e memorialista por encerrada, o que é direito seu. Mas todo leitor tem também o direito de lamentar".
Um mestre da escrita
Sergio Faraco esboçou os primeiros textos ainda no serviço militar
LUIZA PRADO/JC
Apesar de todo esse envolvimento, a literatura, como exercício de escrita, entrou relativamente tarde na vida de Sergio Faraco. Na adolescência e na juventude, ele nunca demonstrou qualquer interesse pela escrita - apenas pela leitura - e só foi começar a se dar conta de que levava jeito quando estava no serviço militar. Indisciplinado, passou a maior parte do tempo detido. Dessa forma, pôde se dedicar a escrever cartas, a ler mais livros (Ernest Hemingway, Morris West, Jorge Amado e Erico Verissimo eram os preferidos dessa época) e a esboçar os primeiros textos. Concluída a temporada militar, Faraco entra para o serviço público federal e transfere-se para Porto Alegre. Paralelamente, passa a colaborar na Gazeta de Alegrete, jornal fundado em outubro de 1882 por Luís de Freitas Vale, o Barão de Ibirocaí, Jesuíno Melquíades de Souza e José Celestino Prunes, o jornal mais antigo em circulação no Rio Grande do Sul. Logo depois, iria ajudar a ressuscitar uma revista literária, então comandada por seu sogro, o poeta Antônio Milano. "Eu trabalhava em Uruguaiana e ia para Alegrete nos fins de semana, por causa do meu namoro com a Cybele. Foi nessa circunstância que auxiliei o pai dela a fazer alguns números da revista Ibirapuitã", lembra Faraco.
Em meio aos turbulentos anos 1960, Faraco seria indicado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) para uma bolsa de estudos na antiga União Soviética, onde frequentaria o Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou, entre o final de 1963 e março de 1965. Essa experiência traumática seria reconstruída anos depois no livro Lágrima na chuva. Além do período soviético, Faraco passaria um tempo na Armênia, pesquisando as ruínas do reino de Urartu, que resultaria na publicação do livro Urartu, em 1978.
Em 1968, já em Porto Alegre, Faraco mandaria um conto para o jornal Correio do Povo. Seu primeiro livro de contos, Idolatria, seria lançado em 1970. "Posso dizer que vi o contista Sergio Faraco surgir, no início dos anos 1970, com o seu Idolatria. Um livrinho de contos com os primeiros textos da sua vigorosa narrativa realista, editado em Alegrete. Tanto que o conto que dá título ao livro já foi incluído em muitas antologias dos mais importantes pequenos relatos da literatura brasileira", lembra Moisés Mendes.
A publicação do livro e dos textos no Correio do Povo seria o início de uma intensa atividade cultural na capital gaúcha. Faraco passaria a escrever com frequência, além de manter um espaço no jornal em que ajudaria a revelar novos escritores. A atividade literária o aproximaria de dois mestres. Um, Erico Verissimo, com quem teria uma relação distante porém afetuosa. Já o outro, o conterrâneo Mario Quintana, seria presença constante na vida de Faraco. Primeiro, pela proximidade ainda na redação do Correio do Povo; e, depois, no contato mais pessoal, com Faraco fazendo seguidas visitas ao poeta. Parte desse convívio está relatada em O Pão e a Esfinge/Quintana e Eu, livro lançado em 2008, repleto de referências e recordações do relacionamento dos dois escritores.
O mais alegre dos maus humores
Sergio Faraco é gentil e modesto. Nunca o vi levantar a voz e, embora tenha uma cara de mal-humorado, poderia classificá-lo como o mais alegre dos maus humores. Parece não ter paciência para eventos literários - já ouvi a promessa dele de que não pretende mais participar de sessões de autógrafos, dando a impressão de que prefere as conversas a dois (ou em pequenos grupos). Nunca o vi se vangloriar da (merecida) posição que ocupa no mapa literário do Rio Grande do Sul e do Brasil. Não que isso signifique desprezo. Apenas não faz parte do seu feitio. É também um homem de hábitos bem definidos. Conhece Shakespeare como poucos.
Qual o momento em que nasce a amizade? No nosso caso, foi há 13 anos, no verão de 2005. Eu já o conhecia como figura pública, acompanhava seus lançamentos e, frequentemente, o entrevistava, curiosamente quase sempre para matérias curtas.
Nosso convívio evoluíra da relação fonte-repórter para a da confiança recíproca, do afeto mútuo. A diferença de idade (26 anos) não se percebe - talvez por eu parecer mais velho do que sou, e ele, mais jovem do que é. Com seu jeito afável, tornamo-nos próximos e, hoje, nossas famílias se estimam. Já joguei sinuca na sua casa - obviamente, fui derrotado com uma rapidez impressionante.
Assim, coleciono histórias do meu amigo Sergio Faraco. Algumas, novas e originais; outras, antigas e repetidas - todas interessantíssimas.
O leitor e o escritor
Há uns 10 anos, em uma palestra para um grupo de jornalistas, Faraco chegou a dizer que não se importava com a opinião do leitor. O que num primeiro momento causou estranheza foi logo explicado: o trabalho de criação é algo individual, que não pode ficar exposto a pressões externas. Mais recentemente, como admite na entrevista, Faraco passou a ser procurado por leitores nas redes sociais e espantou-se positivamente com a boa repercussão. Essa é mais uma prova de que o respeito com seu público de leitores faz com que sua escrita passe por diversas análises do mais exigente leitor: ele próprio. Assim, depois que a história está pronta - e isso vale para as crônicas e para os contos -, Faraco começa a retrabalhar até deixar o texto enxuto, palatável. Uma das obsessões do autor é a busca pela palavra certa. Faraco não se entrega ao empobrecimento da língua. Talvez por isso ele seja uma das poucas pessoas que sabem o significado de "tremó" (a parede existente entre duas janelas). Ou mais: ele também sabe que a parte interna de um telhado tem mais de 50 nomes e, sempre que for preciso usar num texto, ele terá a expressão correta.
Aposentado da Justiça do Trabalho, Faraco vive com a mulher Cybele numa confortável casa com vista para o Guaíba, em Ipanema, na Zona Sul de Porto Alegre. Com eles mora apenas Bruno, o filho mais novo, formado em Direito. As duas mais velhas são Bianca, médica, que vive em Porto Alegre, é casada e mãe de Vinícius, o único neto de Faraco; e Angélica, arquiteta, que mora em Tívoli, na Itália. Por coincidência, Angélica é casada com Andrea Faraco - que ela não conhecia anteriormente como parente -, que trabalha na Guardia di Finanza, em Roma. "O Faraco, além de imenso escritor, é uma pessoa muito leal. Podes confiar em que ele sempre te falará a verdade quando pedires um conselho. Forma, com a Cybele, uma dupla de excelentes companheiros, entre si, e com os amigos", elogia a escritora Valesca de Assis, muito amiga.
'Só um milagre para reaver o élan d'amour'
JC Viver - Teus livros mais recentes, 60 Poetas Trágicos e Francisco Ricardo, não são de ficção. Tu abandonaste a ficção?
Sergio Faraco - Há muito tempo não escrevo ficção. Nos anos 1990, percebi que já não conseguia fazer o que me satisfizesse. Apareceram contos inéditos na terceira edição dos Contos Completos, em 2011, mas não eram novos, eram textos desprezados na primeira edição que, mais tarde, pude retrabalhar e tornar ao menos publicáveis. Conservo outros rascunhos. Algumas pessoas dizem que tenho excesso de autocrítica. Não é assim. Tenho autocrítica na medida que se recomenda a um escritor.
Viver - E o que você anda escrevendo?
Faraco - Em regra, fico revisando contos dos anos 1970, 1980, 1990, que nunca publiquei, e tentando descobrir o que há de errado com eles. Às vezes descubro os erros, nunca as soluções, então vão continuar inéditos. Pouca coisa além disso. O que escrevi por último foi o relato do trágico episódio de 1927, em Santa Maria, em que morreu o poeta Francisco Ricardo.
Viver - O que ainda desperta teu interesse na escrita?
Faraco - Na minha bibliografia, há muitos títulos que não são de ficção, então é possível que, eventualmente, eu me interesse por dado assunto e passe a estudá-lo e a escrever sobre ele. Contos, só um milagre que me faça reaver, digamos, o élan d'amour, mas não acredito, e aí está algo que não me preocupa nem um pouco.
Viver - O que te desanima na escrita?
Faraco - Não sinto nenhum desânimo ou descontentamento. Reconheço meus limites. De resto, quando escrevia ficção não ambicionava nada, nem escrever um bom conto e tampouco um conto de que o leitor não desgostasse. Eu queria apenas contar uma história do jeito que sabia.
Viver - Quais os escritores brasileiros que te agradam, os de antigamente e os contemporâneos?
Faraco - Li a maioria de nossos autores clássicos. A literatura brasileira contemporânea, bem menos, ou pouco mais do que os livros dos amigos.
Viver - Você sempre foi muito perfeccionista com sua escrita. Mantém isso?
Faraco - O que sempre fiz foi escrever devagar, levava muitos anos para aprontar um conto. Também trabalho assim nos artigos, nas crônicas e em qualquer coisa que escreva. Não acho que escrever seja tão simples. Há uma diferença entre espontaneidade e naturalidade. O natural não flui, é algo a ser buscado para que a história seja verossímil, funcione, ou por outra, de expressão sentimental transfigure-se em expressão literária.
Viver - O que gosta de ler?
Faraco - Na ficção, romances. Contos raramente me empolgam. E, quando empolgam, não é tanto como num bom romance. Exceto em Hemingway, cujos contos são melhores do que seus romances. Também gosto de teatro, de Shakespeare li todas as peças. E biografias. Em minha biblioteca há várias prateleiras de obras biográficas ou autobiográficas.
Viver - Você relê seus textos? Sente vontade de mexer?
Faraco - Até os anos 1980 costumava retrabalhar os contos já incluídos em livro e republicar a versão melhorada no livro seguinte. Depois de 1995, quando saiu a primeira edição dos Contos Completos, nunca mais os alterei, e mesmo nunca mais os reli, nem quando foram solicitados para antologias. Quem está ali, já na quarta edição, sou eu e o perímetro de minha aptidão.
Viver - Relê outros autores?
Faraco - Não muitos. Lembro-me de ter relido As Crônicas Marcianas, de Ray Bradbury, uns quantos Conan Doyle, outros tantos Simenon, certamente Hemingway; e, se não estou enganado, creio que li mais de uma vez trechos do Quarteto de Alexandria, de Lawrence Durrell. Há três ou quatro anos, reli quase todos os volumes da Coleção Paratodos, da Companhia Editora Nacional, as leituras de meus 15 e 16 anos. Quem não se encanta com aqueles romances?
Viver - Você tem muito retorno de seus leitores?
Faraco - Nas redes sociais, sim. Pessoalmente, menos. De vez em quando, alguém me reconhece e vem falar comigo, dizer que leu tal livro ou tal conto. Talvez eu pudesse ouvir com mais frequência esses comentários se tivesse aquilo que se chama, um tanto impropriamente, "vida literária". De qualquer modo, sempre é preferível ouvir coisas boas a coisas ruins.
Viver - Escrevendo menos e com tempo livre, como você se ocupa?
Faraco- Leio, sempre tenho livros à espera, vejo filmes, às vezes escrevo artigos, crônicas, retrabalho um conto que está sem final, também escrevo cartas - sou uma das raras pessoas que ainda escrevem cartas -, faço pequenas viagens com minha mulher e tenho alguns amigos com os quais me encontro semanalmente num salão, para jogar snooker. Há dias em que faço serviços domésticos. Meu cotidiano é absolutamente trivial.
Viver - Quais os projetos que ainda tem para o futuro?
Faraco - Um deles era escrever a continuação da memória Lágrimas na chuva, contar o que me aconteceu no Brasil após o retorno de Moscou, em 1965. Não foi possível. Os capítulos que escrevi ficaram muito abaixo daquilo que considero adequado, publicável. Além disso, teria de relatar episódios que constrangeriam pessoas que quero bem. Esses obstáculos fizeram com que desistisse do projeto. Não tenho outros.
Em casa, a sinuca como exercício físico e mental
No registro de 2008, o escritor com uma de suas paixões: o jogo de sinuca, que exige concentração e tática para atingir a bola
/SILVIO WILLIAMS/ARQUIVO/JC
Na maior parte do tempo que fica em casa, Faraco prefere orbitar pelo pátio, onde se dedica a pequenos consertos e trabalhos manuais; ou pelo anexo, nos fundos, onde ficam duas de suas grandes paixões: a enorme mesa de sinuca e a biblioteca. Faraco é íntimo do pano verde desde a adolescência. E continua se exercitando: está quase todas as terças-feiras no salão do Ypiranga Futebol Clube, o Ypiranguinha. Quando não está lá, Faraco treina em casa. Ele tem um salão particular, com uma mesa oficial. A sinuca, para Faraco, é, ao mesmo tempo, um exercício (físico e mental) simples e complexo. Não testa apenas a habilidade de dois (ou mais) oponentes diante de uma mesa com bolas e caçapas. Exige concentração, tática, frieza e compreensão da melhor maneira de acertar com precisão na bola.
Outra paixão de Faraco são os carros. Seu conhecimento lhe permite discorrer durante horas, com riquezas de detalhes, sobre modelos novos e antigos. Está sempre mantendo-se informado sobre os novos lançamentos e também tem um interesse prático que o fez tornar-se um especialista também em mecânica. Atualmente, é um Honda New Civic que ocupa sua garagem - já teve em várias épocas, ao longo de muitos anos, outros modelos como Dodge, Chevrolet, Fiat, alguns Fuscas e um Mercedes-Benz.
Mas a maior coleção de Faraco é de histórias. Ouvinte perfeito - mais pela capacidade de se interessar do que propriamente de ouvir, já que um problema auditivo o acompanha há alguns anos - e narrador mais perfeito ainda, Faraco sabe, ao vivo e a cores, prender a atenção de quem está por perto. São histórias de todas as épocas. Recordações de infância misturam-se com fatos recentes. Personagens conhecidos - como os já citados Erico e Quintana, mais Mario Arregui, Eduardo Galeano, Luiz Antonio Assis Brasil, Luiz de Miranda, Jair (o príncipe, meia-atacante do Internacional dos anos 70), Celso Furtado - convivem com anônimos. O resultado é sempre o mesmo: histórias ricas, curiosas e surpreendentes.
Obra completa
FICÇÃO
- Idolatria, Alegrete: Cadernos do Extremo Sul, 1970
- Depois da primeira morte, Porto Alegre: Bels, 1974
- Hombre, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978
- Manilha de espadas, Rio de Janeiro: Philobiblion, 1984
- Noite de matar um homem, Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986
- Doce paraíso, Porto Alegre: L&PM, 1987
- A dama do Bar Nevada, Porto Alegre: L&PM, 1987
- Majestic Hotel, Porto Alegre: L&PM, 1991
- Contos completos, Porto Alegre: L&PM, 1995 (esgotado)
- Dançar Tango em Porto Alegre, Porto Alegre: L&PM, 1998
- Rondas de escárnio e loucura, Porto Alegre: L&PM, 2000
- Contos completos, Porto Alegre: L&PM, 2004. 2ª ed. ampliada.
MEMÓRIAS
- Lágrimas na chuva: uma aventura na URSS, Porto Alegre: L&PM, 2002
CRÔNICAS
- O chafariz dos turcos, Porto Alegre: L&PM, 1990
- A lua com sede, Porto Alegre: L&PM, 1993
- Gregos & Gringos, Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998
- Viva o Alegrete: histórias da fronteira, Porto Alegre: L&PM, 2001
- Histórias dentro da história, Porto Alegre: L&PM, 2005
OUTROS
- Urartu, Porto Alegre: Ufrgs & IEL, 1978
- Tiradentes: a alguma verdade (ainda que tardia), Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980
- Dicionário de autores contemporâneos, Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 1983
- O processo dos Inconfidentes, Petrópolis: Vozes, 1990
- O automóvel: prazer em conhecê-lo (com Hugo Almeida), Porto Alegre: L&PM, 2001
- Snooker: tudo sobre a sinuca (com Paulo Dirceu Dias), Porto Alegre: L&PM, 2005
- O crepúsculo da arrogância - RMS Titanic minuto a minuto, Porto Alegre: L&PM, 2006
- Antologia de contistas bissextos (org.), Porto Alegre: L&PM, 2007
PUBLICADOS NO EXTERIOR
- Noche de matar un hombre, Montevideo: Monte Sexto, 1988
- Mario Arregui & Sergio Faraco. Correspondencia, Montevideo: Monte Sexto, 1990