Em 2018, na primeira NRF Retail's Big Show que participei, em Nova York, chamou a atenção a declaração do CEO do Walmart global, Doug McMillon, avisando que o grupo, um dos maiores varejistas do mundo, não era mais uma companhia de venda de produtos: "Estamos mudando o foco da companhia, que agora é de tecnologia".
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Em 2018, na primeira NRF Retail's Big Show que participei, em Nova York, chamou a atenção a declaração do CEO do Walmart global, Doug McMillon, avisando que o grupo, um dos maiores varejistas do mundo, não era mais uma companhia de venda de produtos: "Estamos mudando o foco da companhia, que agora é de tecnologia".
Ou seja, as pessoas não compram mercadorias em meio a corredores de supermercados, mas consomem soluções baseadas em inovação, que aporta mais eficiência ao negócio.
Anos depois, em 2022, viria, na NRF, a
febre efêmera do Metaverso, pós-pandemia de Covid-19, que se mantém como recurso de gameficação das marcas. Em meio a um mundo (varejo) abalado pela crise sanitária, o metatarso foi uma anestesia, uma pausa para entender o
alcance (custos) da contingência e entender quem eram os novos consumidores.
Certo, porém, é que o pós-Covid-19 só elevou de forma exponencial a adoção de recursos tecnológicos que hoje se materializam na nova efervescência de 2025, validado mais uma vez pelo evento no Jacob Javits Center: a inteligência artificial (IA).
O Walmart estava, claro, de novo no palco na abertura, como anfitrião da inovação da vez. Ao lado do
presidente da operação norte-americana, John Furner, estava a
vice-presidente de varejo da Nvidia, uma das big techs mais valorizadas e a líder em IA (desenvolvedora e fabricante de processadores que sustentam a velocidade de entregas da IA), Arita Martin.
Furner disse que as empresas estavam tentando compreender o alcance da nova sensação e pontuou que é
preciso preparar as equipes para usar o recurso. Mas o mais desconcertante foi quando o executivo admitiu que não há receita pronta para adoção da nova onda e perguntou, "modestamente", o que Arita recomendava.
A executiva foi ainda a mais singela:
"Comecem a usar". Claro, o quadro é mais complexo, grandes companhias estão usando e cada vez mais intensivamente a tecnologia, e as menores já estão embarcando na nova "aventura".
Arita também detalhou as novas soluções, que mais pareciam conversa de um
mundo que se mostra distante do lojista com a barriga no balcão, como dizem nos Pampas. Outra dica que vai além da IA, como processo interno: "
É importante que a decisão de usar venha de cima para baixo". Ou seja, o comando do negócio deve emitir a mensagem de que a
tecnologia é parte essencial da operação.
Na NRF 2025 ainda, uma das maiores referências em estudos sobre tendência de consumo, a
WGSN, validou mais a onda da vez: mais de 80% das pessoas no mundo querem
aprender mais sobre o uso do recurso.
Na imersão deste ano da comitiva gaúcha em Nova York, acompanhada pela coluna, com lideranças de Fecomércio-RS, Federação Varejista do RS, CDL e Sindilojas Porto Alegre e Sebrae-RS, além de pequenos empreendedores, outro momento bem legal trouxe o assunto da IA para o chão do varejo.
Um encontro na sede da Google com integrantes da ThoughtWorks apresentou lições de como aplicar e buscar IA para apoiar campanhas das varejistas. Na sessão, mais reforço sobre buscar recursos já disponíveis, até mesmo para administrar o custo de adoção, sempre sensível para o setor.
Mas um alerta: é preciso ter o acervo bem organizado de informações e dados para poder efetivamente formatar algo que atenda ao que se busca, que, no fim das contas, é realmente tornar o negócio mais eficiente, vender mais ou ter uma comunicação, um fluxo ou um relacionamento melhor.