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A gaúcha Instor decola para o mercado internacional com um robô autônomo desenvolvido para realizar inspeções de rotina em áreas de risco, como plataformas de petróleo e mineradoras. Chamado de Tupã EX, o robô será apresentado na França, nas instalações da empresa Cybernetix, parceira do projeto, entre os meses de outubro e novembro.
O Tupã EX é um dos únicos cinco robôs do mundo produzidos para operar em ambientes explosivos (EX) e o único desse modelo na América. Segundo o CEO da empresa, Miguel Serrano, o objetivo da tecnologia é evitar que os seres humanos se coloquem em ambientes perigosos. "Nós queremos ajudar as pessoas, então queremos desenvolver uma tecnologia que vai poupar vidas; não faz sentido, em 2023, que pessoas arrisquem a vida delas em lugares de risco", explica Serrano.
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O projeto teve financiamento da Petrobras, que entrou com metade do valor. Outros parceiros do projeto são Transpetro, Nvidia, Advantech, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Cybernetix. Essa última é responsável pelo software de IA que permite com que o robô se torne 100% autônomo.
"Temos a parceria estratégica com a francesa Cybernetix, que também é do campo da robótica, mas focada em software. Eles foram adquiridos por uma grande empresa, que é a Technip Energies de petróleo e gás, e eles têm algumas soluções de software que se encaixam perfeitamente com nosso robô. Por isso ele está indo para a França, para embarcar a IA da Cybernetix", relata o CEO da Instor.
O robô vem para solucionar uma parte da digitalização, para conseguir coletar dados em locais que sensores estáticos não conseguem alcançar. "Para trabalhar com big data, machine learning e IA, você tem que levar informação para o computador, tem que levar dados. Hoje, toda a informação, todos os dados, são digitalizados a partir de sensores, com IOT", explica Serrano.
Braço móvel do robô permite a captura de imagens panorâmicas. Foto: Instor/Divulgação/JC
Entre os destaques do produto, estão o braço móvel que permite fazer imagens panorâmicas, a câmera com rotação de 360°, que também captura imagens em 4K e térmicas, além de 6h de autonomia. Mas o grande diferencial, segundo o CEO, é o preço baixo do robô: o Tupã EX custa U$ 150 mil, enquanto os robôs do tipo "cachorrinho" — de quatro pernas — podem chegar a U$ 500 mil, explica.
"A nossa tecnologia é um pouco mais simples comparada ao robô de quatro pernas, ele tem muito mais inteligência artificial, mas o nosso robô é três vezes mais barato. Terá muito campo para nós, porque qualquer ambiente em que você consiga resolver com um robô como o nosso, você vai usar o mais barato", defende Serrano.
A tecnologia embarca para a Europa na primeira semana de agosto para a instalação do software da Cybernetix. Entre os meses de outubro e novembro, o produto será apresentado a possíveis clientes, como Petrobras, Repsol, Saudi, Aramco, Braskem e Basf. Durante o período de demonstrações, o Tupã EX irá realizar missões de inspeção autônoma em uma planta piloto que simula ambiente de plataforma.
A Instor foi fundada em 2004, focada no desenvolvimento de soluções sob demanda. Serrano conta que, em 2019, a empresa teve uma virada de chave e passou a investir em produtos. Situada no Tecnopuc de Viamão, além das áreas de petróleo, gás e mineração, investe em soluções para logística, agricultura, nuclear e saúde.