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Publicada em 04 de Abril de 2025 às 18:29

Pesquisa indica menor restrição no Sul do Estado para geração offshore

Até o momento, 31 projetos eólicos gaúchos no mar tramitam no Ibama

Até o momento, 31 projetos eólicos gaúchos no mar tramitam no Ibama

PAUL ELLIS/AFP/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
O Rio Grande do Sul é a região do País que mais possui projetos eólicos offshore (no mar) tramitando no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com um total de 31 empreendimentos, até agora. Desse amplo potencial de complexos, em um cenário conservador, foram identificadas duas áreas prioritárias de alta favorabilidade para instalação de parques eólicos na costa gaúcha, uma ao Norte, com 2.935 quilômetros quadrados, e outra ao Sul, ainda maior, com 4.372 quilômetros quadrados.
O Rio Grande do Sul é a região do País que mais possui projetos eólicos offshore (no mar) tramitando no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com um total de 31 empreendimentos, até agora. Desse amplo potencial de complexos, em um cenário conservador, foram identificadas duas áreas prioritárias de alta favorabilidade para instalação de parques eólicos na costa gaúcha, uma ao Norte, com 2.935 quilômetros quadrados, e outra ao Sul, ainda maior, com 4.372 quilômetros quadrados.
O levantamento avaliou três modelos, indo do menos ao mais restritivo, sendo classificados como: livre desenvolvimento, abordagem de gestão e conservador. A abordagem de gestão delimitou uma região de 33.840 quilômetros quadrados para possíveis instalações, enquanto o livre desenvolvimento ampliou essa área para 44.106 quilômetros quadrados.
A pesquisa, capitaneada pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), em parceria com a Portos RS e um grupo de empresas, mapeou zonas favoráveis ao desenvolvimento do setor eólico na costa do Estado, destacando oportunidades e desafios para a expansão das energias renováveis. O levantamento foi conduzido pela oceanógrafa e PhD em Geociências Clarissa Araujo, da empresa WSP Brasil. O trabalho foi apresentado durante o evento Wind of Change 2025.
A pesquisadora detalha que o estudo inédito reuniu dados provenientes de entidades como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), informações portuárias, entre outras associações. Foram avaliados 28 atributos como fauna, flora, presença de comunidades tradicionais, atividades de turismo, lazer, pesca, por exemplo.
De acordo com o levantamento, as restrições quanto à questão ambiental são mais intensas quanto mais próximo da costa. No entanto, por outro lado, quanto mais longe da praia, mais complexo e oneroso é chegar com a infraestrutura e pessoal para instalar uma usina eólica. “A parte de transporte e provisão de serviços também influi na viabilidade econômica do projeto”, argumenta Clarissa.
A metade Sul do litoral gaúcho apresentou maior favorabilidade para a instalação de usinas eólicas dentro do cenário conservador do estudo por ter uma menor porção de terreno com fatores socioambientais sensíveis. Porém, Clarissa ressalta que se chegou a essa conclusão sem levar em consideração a eventual efetivação do Parque Nacional do Albardão, uma nova unidade de conservação ambiental que pode ser implementada na costa da região de Santa Vitória do Palmar.
Ela adianta que em uma segunda fase da pesquisa, que está sendo negociada e deve começar ainda neste ano, serão analisados temas como as inserções de possíveis unidades de conservação no Estado e conexões de infraestrutura, avaliando complexos portuários e sistema de transmissão para escoar a geração das usinas eólicas offshore. “O estudo de favorabilidade é algo que pode ser mexido o tempo todo, é só trazer uma informação nova”, frisa Clarissa.

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