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Publicada em 04 de Abril de 2025 às 19:02

Neto de Rubens Paiva recebe homenagem da Câmara de Porto Alegre

Flávio Tavares, Chico Paiva, Roberto Robaina, Fernanda Melchionna e Olívio Dutra, da esquerda para a direita

Flávio Tavares, Chico Paiva, Roberto Robaina, Fernanda Melchionna e Olívio Dutra, da esquerda para a direita

Fernando Antunes/CMPA
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Sofia Utz
Sofia Utz
Em sessão solene no plenário da Câmara, Chico Paiva, neto de Rubens e Eunice Paiva, recebeu a Comenda Porto do Sol, uma das maiores honrarias do Legislativo porto-alegrense. A concessão do título foi proposta pelo vereador Roberto Robaina (PSOL) e é uma homenagem à família do deputado morto durante a ditadura militar, que foi retratada no longa "Ainda Estou Aqui", ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. 
Em sessão solene no plenário da Câmara, Chico Paiva, neto de Rubens e Eunice Paiva, recebeu a Comenda Porto do Sol, uma das maiores honrarias do Legislativo porto-alegrense. A concessão do título foi proposta pelo vereador Roberto Robaina (PSOL) e é uma homenagem à família do deputado morto durante a ditadura militar, que foi retratada no longa "Ainda Estou Aqui", ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. 
No evento, estiveram presentes lideranças da esquerda gaúcha, como o ex-governador Olívio Dutra (PT), o ex-vereador Raul Carrion (PCdoB), o vereador Pedro Ruas (PSOL), a deputada estadual Luciana Genro (PSOLl) e a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). 
Em sua fala, o vereador Robaina reafirmou a importância do reconhecimento a essa família "que consagrou o cinema brasileiro”. O parlamentar ainda destacou que essa foi uma homenagem à luta histórica e à luta atual contra o autoritarismo. Na tribuna, a deputada Fernanda Melchionna ressaltou que ninguém esperava ver o passado com outra roupagem, fazendo referência aos pedidos de volta do tempo ditatorial e da tortura. “A luta contra a anistia dos golpistas do 8 de janeiro é fundamental para a luta pela revogação da Lei da Anistia”, pontuou ela. Em seu discurso, Dutra destacou a importância da memória e do combate constante da exploração e do preconceito. “(Que sejamos) um país que possa ter paz que não seja imposta de cima para baixo”, declarou o ex-governador
Além dos políticos, o jornalista e escritor Flávio Tavares, que foi preso e torturado na ditadura militar, estava presente na mesa da solenidade. Em fala breve, o repórter contou episódios que viveu junto à Rubens Paiva, como o encontro dos dois em um dos congressos da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a relação que mantiveram quando Paiva era deputado e Tavares trabalha como jornalista do Última Hora. 
Agradecendo o título, Chico Paiva se disse orgulhoso por poder representar sua família. "Para a gente, o mais importante é a coletividade da coisa, que outras pessoas também possam se sentir representadas, que possam se sentir fortalecidas", pontuou Paiva. Remetendo aos ensinamentos de sua avó, Eunice Paiva, protagonista do filme de Walter Salles, ele reiterou que a democracia é uma luta constante, que deve se perpetuar por gerações. "Da mesma forma como ela me passou valores democráticos, do lado de lá tem pessoas que estão passando os valores da tortura, do regime autoritário e do ataque à democracia", afirmou. Sobre os pedidos de uma nova ditadura, Paiva ressaltou a importância de manter unidos os que possuem ideais democráticos, independente do campo político em que se posicionam.

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