A Eletrobras informou nesta sexta-feira (8) que concluiu a assinatura de contrato para a venda do complexo termelétrico de Candiota (que tem hoje apenas a usina Candiota 3 em operação), o único ativo a carvão do grupo, para o grupo Âmbar Energia por R$ 72 milhões (Equity Value). A transação está sujeita a ajustes e condições precedentes usuais de mercado.
Em julho, a Eletrobras já havia manifestado a intenção de alienar a termelétrica ainda neste ano. A usina, localizada no município de Candiota e gerida pela subsidiária da Eletrobras, a CGT Eletrosul, possui capacidade instalada de 350MW (o que corresponde a cerca de 9% da demanda de energia do Rio Grande do Sul).
Essa não é a primeira termelétrica que a Âmbar Energia adquire no Estado. A empresa, do Grupo J&F, já havia comprado em 2021 a usina a gás natural de Uruguaiana, que na ocasião era da argentina Saesa, que por sua vez havia assumido o empreendimento que anteriormente pertencia ao Grupo AES.
No ano passado, também foi alienada outra termelétrica a carvão em Candiota, a Pampa Sul, que tem capacidade instalada de 345 MW. Os fundos de investimentos Grafito e Space X, geridos pelas empresas Starboard e Perfin, respectivamente, pagaram R$ 450 milhões por 100% das ações que a Engie Brasil Energia possuía no empreendimento.
No ano passado, também foi alienada outra termelétrica a carvão em Candiota, a Pampa Sul, que tem capacidade instalada de 345 MW. Os fundos de investimentos Grafito e Space X, geridos pelas empresas Starboard e Perfin, respectivamente, pagaram R$ 450 milhões por 100% das ações que a Engie Brasil Energia possuía no empreendimento.
Uma das explicações para a diferença de valores envolvendo as negociações de Candiota 3 e de Pampa Sul é o fato da primeira ser uma termelétrica mais velha e também os tempos de contratos de fornecimento de energia serem distintos. Enquanto o contrato de Candiota 3 se encerra em 31 de dezembro de 2024, o de Pampa Sul termina apenas em 31 de dezembro de 2043.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras afirma que “uma vez concluída, a operação será mais um importante marco para a companhia na busca pela redução de emissões de CO2 e meta net zero em 2030, já que Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da Eletrobras”. A empresa destaca que, com base nos valores registrados do complexo termelétrico de Candiota em junho de 2023 e no valor proposto para alienação, a companhia estima que apenas a transação gerará impacto contábil para a empresa, negativo de cerca de R$ 56 milhões no terceiro trimestre de 2023.
Outras transações
Em paralelo e seguindo o plano de otimização societária, a Eletrobras deu mais detalhes sobre a evolução de duas negociações com o grupo Âmbar Energia por ativos detidos em conjunto com a Eletrobras. A primeira é a compra das participações de 51% da Âmbar Energia em dois ativos de transmissão por R$ 574 milhões (Equity Value) nas SPEs Vale do São Bartolomeu (VSB) e Triângulo Mineiro Transmissora (TMT), detidas em conjunto com a Eletrobras.
Outras transações
Em paralelo e seguindo o plano de otimização societária, a Eletrobras deu mais detalhes sobre a evolução de duas negociações com o grupo Âmbar Energia por ativos detidos em conjunto com a Eletrobras. A primeira é a compra das participações de 51% da Âmbar Energia em dois ativos de transmissão por R$ 574 milhões (Equity Value) nas SPEs Vale do São Bartolomeu (VSB) e Triângulo Mineiro Transmissora (TMT), detidas em conjunto com a Eletrobras.
As duas SPEs, VSB e TMT, que terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação, têm receitas anuais permitidas (RAPs) homologadas para o ciclo 2023-2024 de R$ 49 milhões e R$ 53 milhões e concessões até outubro de 2043 e agosto de 2043, respectivamente.
"Reforçamos que essa negociação é fruto de uma antecipação com otimização e melhorias dos termos de opção de compra e venda dos dois ativos. Nessas opções, estabelecidas em 2013, a Âmbar Energia detinha o direito de vender suas respectivas participações para Furnas Centrais Elétricas e a Eletrobras Furnas detinha o direito de comprar as referidas participações. A CELGpar tem um período para exercer seu direito de preferência na VSB, conforme termos do acordo de acionistas vigente", aponta a nota.
A segunda negociação trata de uma opção de compra de 51% das seis SPEs não operacionais de geração eólica do complexo Baleia, em favor da Brasilventos Energia (BVE), subsidiária integral de Furnas, por R$ 1 (um real). As SPEs não possuem dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária. Os valores são alvo de discussão e uma vez estabelecidos, beneficiarão ambos os acionistas (Âmbar Energia e Eletrobras), uma vez que a efetivação da compra do ativo pela BVE só ocorreria após a conclusão das discussões e recebimento da seguradora.
Segundo a Eletrobras, as iniciativas seguem em linha com o plano estratégico, que visa a simplificação da estrutura, reduções de passivos e busca por zerar as emissões de CO2 até 2030. Vale ressaltar que a Eletrobras segue com diversas outras iniciativas aderentes ao seu plano estratégico, tais como concluir a venda do parque térmico a gás, anunciado via comunicado ao mercado de 7 de julho de 2023.