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FEIRA DO LIVRO

- Publicada em 10 de Agosto de 2023 às 10:32

Tabajara Ruas é anunciado patrono da Feira do Livro de Porto Alegre

O novo patrono, Tabajara Ruas, além de escritor, é cineasta

O novo patrono, Tabajara Ruas, além de escritor, é cineasta


Tânia Meinerz/JC
Atualizada às 16h40min
Atualizada às 16h40min
A Câmara Rio-Grandense do Livro anunciou na manhã desta quinta-feira (10) Tabajara Ruas como patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, que ocorre entre 27 de outubro e 15 de novembro. Autor de 11 livros publicados no Brasil e traduzidos em 10 países, entre eles Netto perde a sua alma, vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura, Ruas é também cineasta.
"É uma honra muito grande estar aqui. O que eu queria dizer em primeiro lugar é muito obrigado. Muito obrigado em torno de toda essa movimentação, em torno de uma pessoa simples que saiu lá de Uruguaiana com uma ‘maletinha’ nas costas para tentar a vida", disse emocionado em suas primeiras palavras como patrono da Feira do Livro.
Leitor voraz desde a infância, Ruas se autodenomina como uma pessoa que acredita que a leitura pode mudar o mundo. O novo patrono comemorou o anúncio nesta quinta-feira, feito à véspera do seu aniversário, no dia 11, e disse que não achava mais ser merecedor da homenagem.
"Amanhã (nesta sexta) eu completo 81 anos de vida. Receber essa homenagem me soa como um belo e formoso presente de aniversário. Um presente que eu não imaginava mais ser merecedor, afinal são tantos novos talentos, tantas produções de produções literárias, mas saber que existem os novos e que ainda é possível termos uma Feira do Livro com a dimensão, o tamanho e o prestígio da feira de Porto Alegre me faz um crer no triunfo da cultura e da educação para crescermos como cidadãos”, afirmou.
Ruas nasceu em Uruguaiana em 1942 e estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e cinema na High School de Vejle, na Dinamarca. Entre 1971 e 1981, viveu no exílio devido a sua atuação política durante a ditadura militar, morando no Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, São Tomé e Príncipe e Portugal. Foi durante o tempo que passou na Dinamarca que publicou a primeira obra, o romance A região submersa, em 1978. 
O patrono pretende estar bem presente durante os dias da Feira do Livro. “Quero vir na feira, ficar o mais tempo possível, percorrer os caminhos e conhecer autores novos. Nós estamos com uma enorme quantidade de autores novos, quero conhece-los e lê-los”, garantiu.
Ao anunciar o nome do patrono, o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur, lembrou a relevância de Ruas para a literatura . “Era um nome que já vinha há vários anos sendo lembrado para patrono e desta vez conseguimos trazer um dos principais nomes da literatura gaúcha”, afirmou Ledur.
Serão 69 bancas participando da Feira deste ano, que terá programações voltadas ao público adulto e infantil. Ledur disse que mais uma vez as expectativas para a Feira são boas, apesar dos percalços em torno dos valores para a realização do evento. 
A questão foi comentada também por outras personalidades que acompanharam o anúncio do patrono nesta manhã no Master Express Grande Hotel, entre eles o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo, secretário municipal de cultura Henry Viana e Benhur Bortolotto, diretor de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria Estadual da Cultura.
Segundo Melo, a prefeitura está avaliando, junto com a Câmara de Vereadores, a possibilidade de devolução de recursos para a Feira e também o Porto Alegre em Cena, que também enfrenta dificuldades. “Desde o início da nossa gestão, não existe mais cobrança de taxa para utilização da Praça da Alfândega. Além de aumentarmos o aporte de recursos nesta edição, apoiamos com os serviços, como a limpeza, iluminação, orientação de trânsito no entorno. Afinal, a Feira do Livro não é só de Porto Alegre, é do Rio Grande do Sul, do Brasil, da América Latina. A prefeitura soma esforços para ajudar a superar as dificuldades”, afirmou Melo.
Bortolotto lembrou que neste ano as circunstâncias nos dias que antecedem a realização do evento levaram a ser pacientes de outra forma em função da liberação de recursos, mas que foi possível garantir os cachês de toda a programação artística da Feira. Na terça-feira (8), o governo do Estado confirmou o repasse de R$ 200 mil para a Feira, "Estamos muito contentes e orgulhosos dessa parceria e espero que seja o primeiro ano de muitos", complementou.
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A trajetória de Tabajara Ruas

Entre as obras lançadas por Tabajara Ruas estão A região submersa (1978) — publicado primeiro em Portugal —, Netto perde sua alma (1995) — vencedor do Troféu Açorianos de Literatura na categoria Narrativa Longa, em 1996 —, O Fascínio (1997) e Detetive Sentimental (2008). Ruas ainda publicou livros infanto-juvenis, como a trilogia Diogo e Diana, escrita em parceria com Nei Duclós, e as novelas Gumercindo e Minuano — esta recebeu o Troféu Açorianos de Melhor Obra Juvenil, em 2014.

No cinema, a atuação de Ruas teve início em 1978. Trabalhou como diretor, roteirista e produtor. Adaptou, junto de Beto Souza, a obra Netto perde sua alma, em 2001, que recebeu no Festival de Cinema de Gramado o Kikito de Melhor Filme. Ainda assinou o roteiro de outros projetos, como Anahy de las Misiones e O Tempo e o Vento.
Em 2007, lançou o documentário longa-metragem Brizola - Tempos de Luta, sobre o político Leonel Brizola. Os Senhores da Guerra, em que foi diretor, roteirista e produtor, foi um dos oito selecionados para o Festival de Cinema de Gramado de 2014 e recebeu o Prêmio Especial do Júri e de melhor Atriz Coadjuvante. A obra está em cartaz no Canal Brasil e no Now desde fevereiro de 2019.