O
fechamento do Cine Guion, oficializado no fim de semana passado e que deve ocorrer em 15 dias, é seguido por outra novidade sobre o centro comercial Nova Olaria, empreendimento onde fica a sala de cinema e outras operações populares no bairro Cidade Baixa, como a Livraria Bamboletras e o restaurante Torre de Pizza.
Em uma rede social, o dono da livraria, o jornalista Milton Ribeiro, informou sobre os planos que foram comunicados a ele pelos donos do Nova Olaria, a Dallasanta, que atua com centros comerciais de bairro. Sobre uma eventual mudança de marca do mall, que a coluna chegou a citar a partir de informação de Ribeiro, a proprietária disse que seguirá como Nova Olaria.
O jornalista resolveu fazer a publicação no Facebook da Bamboletras, que funciona há 26 anos no local, em tom de esclarecimento, como ele mesmo disse, diante de especulações que teriam surgido, após a decisão do Cine Guion de encerrar as atividades, de que a atual estrutura do centro comercial seria "destruída".
"Como creio saber mais a respeito do que a maioria das pessoas e para que as narrativas apocalípticas recuem um pouco, aqui vão as informações que possuo", escreveu o livreiro.
Os planos que envolvem a área de comércio e serviços, com parte das operações ocupada, mas a maior parte para alugar, deve passar por uma reforma. A estrutura, comenta o dono da livraria, precisa mesmo receber melhorias. As informações foram repassadas a Ribeiro em reunião com os empreendedores, há cerca de 20 dias.
Maior parte das operações está fechada com placas de aluga-se e deve ter reforma. Foto: Andressa Pufal/JC
Por nota, a Dallasanta confirmou "interesse e estudos para investir e qualificar ainda mais o espaço", mas descartou "a substituição (do mall) para construção de prédio residencial". As moradias estão previstas no entorno e ainda dependem de aprovação interna e, depois, de licenças (da prefeitura), acrescenta a empresa, que administra, na Capital, o Paseo Zona Sul e o Trend Orla, e tem participação acionária no ParkShopping, em Canoas. A incorporação imobiliária será da construtora Cyrela.
Os empreendedores reforçam que a ideia é "conservar as características principais de comércio, cultura e a marca Olaria já consolidada". A expectativa é manter também os atuais estabelecimentos. A Dallasanta diz que, em breve, divulgará mais detalhes do projeto.
A Ribeiro, os proprietários deram detalhes, como a construção de três torres de apartamentos. Os empreendimentos devem ocupar os espaços onde ficam o atual estacionamento, onde era uma antiga sede de uma faculdadee onde fica uma academia, fora do Olaria.
Ribeiro não sabe se voltará ao mall após a reforma e pediu dicas sobre locais para se instalar no bairro. Foto: Luiza Prado/JC
A intenção serria de conservar a fachada atual e as laterais, que formam o corredor central do mall. As obras de revitalização devem começar em meados de 2022. Com isso, as atuais operações de varejo e serviços terão de sair da área, pelo menos enquanto a execução for feita, que deve durar dois anos. Os prazos não foram comentados pela Dallasanta.
"Eles me informaram que as novas lojas terão tamanhos iguais às atuais e querem que a Bamboletras volte após a reforma. Mostraram um estudo que demonstra que somos a mais importante a loja do Olaria, mais importante até que o Guion", descreve Ribeiro, feliz pelo reconhecimento. Pesquisa teria indicado que a livraria é o maior atrativo para o fluxo de público.
"Duas mudanças é pra matar. Talvez, fosse melhor apenas sair no primeiro semestre do ano que vem. Ou estamos tão grudados ao NO que seria melhor retornar? Esta é uma questão em aberto", admite o jornalista, que
comprou a livraria em março de 2018.
Sobre o futuro da livraria, o proprietário aproveitou para dividir a busca de um novo lugar com clientes e quem conhece a marca: "Se alguém tiver sugestões, palpites, bons locais disponíveis para 2022, por favor, manifeste-se."
Com destino em aberto, o jornalista diz que a livraria vai passar por mais uma provação, citando a "teimosia" como uma de suas qualidades.
"Passamos pela pandemia sem demitir nenhum funcionário. Não adianta ser ideológico só no discurso, né. Estamos na luta e vocês não imaginam como. Apareçam. Como diria Drummond, precisamos de todos."