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Publicada em 03 de Abril de 2025 às 19:06

Brasil perde com os EUA, mas pode ganhar com a UE

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Dentre todas as possibilidades que eram exploradas para o anunciado tarifaço de Donald Trump a nações que considera praticarem um comércio injusto com os EUA, o Brasil está entre as menos prejudicadas, com uma sobretaxa de 10%. Naturalmente, o fato de produtos brasileiros pagarem mais impostos não é visto com bons olhos pelo governo federal, mas foi considerado um alívio por setores industriais.
Dentre todas as possibilidades que eram exploradas para o anunciado tarifaço de Donald Trump a nações que considera praticarem um comércio injusto com os EUA, o Brasil está entre as menos prejudicadas, com uma sobretaxa de 10%. Naturalmente, o fato de produtos brasileiros pagarem mais impostos não é visto com bons olhos pelo governo federal, mas foi considerado um alívio por setores industriais.
Nas novas diretrizes - que já começam a valer -, os produtos brasileiros que devem ser mais prejudicados são os semimanufaturados e a celulose. Contudo, há algumas exceções que atingem, por exemplo, os dois principais produtos vendidos: o petróleo, que ficará isento do novo imposto; e o aço, que continua taxado em 25%, medida adotada por Trump em março.
Para a União Europeia (UE) será de 20%, e para a China, de 34%. O Reino Unido será tarifado em 10% e a África do Sul em 30%. Na Ásia, o Japão pagará 24% a mais, Vietnã (46%) e Camboja (49%). Israel será tarifado em 17%. Haverá, ainda, taxação de 25% em todos os carros feitos fora dos EUA.
O governo norte-americano sustenta, por exemplo, que a Europa não trata produtos e empresas dos EUA de maneira justa e que falta interesse em itens como milho e carne bovina.
Maior industrialização e geração de empregos estão entre os objetivos do tarifaço. Trump justifica a ação afirmando que outros países defendem suas indústrias, cobrando dos EUA tarifas elevadas, e que impor um sobrepreço a produtos hoje importados levaria fábricas de volta ao país.
No atual mercado altamente competitivo, a análise geral é que o tarifaço irá afetar a economia global, mas, sobretudo, a própria economia dos EUA.
É fato que o Brasil foi penalizado de forma mais branda. Ainda assim, o governo federal avalia como reagir. No dia 2 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que cria a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. Outro caminho é acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em nível mundial, não há dúvida que as relações comerciais tomarão novos caminhos. A UE afirmou que o comércio com os EUA mudará, mas não com o resto do mundo. Ou seja, o acordo Mercosul-UE pode estar mais próximo de ser finalizado. Até mesmo a França - contra o pacto comercial -, já fala em apressar as discussões, um raro aceno à possibilidade de mudança da atual posição de oposição ao tratado.
 

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