Inovação e economia são conceitos indissociáveis. Essa é a premissa básica para os negócios que querem se manter no topo da produtividade e da competitividade na era digital. Uma realidade que foi exponencializada com a pandemia da Covid-19.
“Com distância física, tivemos que redesenhar estratégias e entender que o conhecimento, e a transformação dele em riqueza por meio da tecnologia, é primordial para os negócios. Os empreendedores que entenderem essa lógica, vão avançar e fazer nosso Estado crescer”, aponta o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SICT), Luis Lamb. Ele foi um dos painelistas ontem da Live Tá na Mesa, da Federasul, que trouxe como tema “Inovação e Tecnologia: a nova economia”. A mediação foi da presidente da entidade, Simone Leite. A Federasul comemorou na quarta-feira 93 anos de existência.
“A minha geração cresceu com a ideia da riqueza associada ao petróleo, mas agora, sem dúvida, ela está ligada ao conhecimento e aos dados”, diz. Ele exemplifica lembrando que, entre 2006 e 2007, tivemos o lançamento do iPhone, pela Apple, e do pré-sal. E o que aconteceu desde lá? “Vimos uma valorização muito maior das empresas de base tecnológica do que daquelas da economia baseada na natureza. Claro que a economia tradicional tem valor, mas precisamos agregar conhecimento e tecnologia para transformar esses setores”, comenta.
Pesquisador em Inteligência Artificial, Lamb observa que, assim como houve a corrida espacial, que gerou a liderança tecnológica e econômica dos EUA na segunda metade do século XX, agora estamos vivendo uma nova disrupção. E que irá determinar quem serão os próximos líderes globais. “O que está na disputa é a tecnologia e o conhecimento. Os países que perceberem que a economia de base tecnológica é a economia do século XXI serão os que irão liderar no futuro”, projeta.
Para tentar colocar o Estado nesta visão de aceleração, ele cita o papel da iniciativa privada e os projetos que estão sendo desenvolvidos pela SICT para apoiar essa visão. É o caso do InovaRS e do Techfuturo, que vai aportar R$ 5,6 milhões para projetos focados em criar produtos e soluções inovadores de empresas que usam tecnologias portadoras de futuro, como Inteligência Artificial, Blockchain e Internet das Coisas, para transformar a matriz produtiva gaúcha. As
submissões dos projetos encerram nesta quinta-feira (29).
O VP da CWI Software, James Bajczuk, também defende que é a tecnologia poderá ajudara a transformar o Rio Grande do Sul. “A inovação e tecnologia são indutores para o desenvolvimento do nosso Estado, gerando emprego e renda”, diz.
Ele comenta que essa área ainda é pouco percebida pelos jovens. E cita o projeto +praTI, do qual ele é um dos fundadores, iniciativa lançada no início de setembro para a qualificação de pessoas na área de Tecnologia e, consequentemente, retenção de talentos no Rio Grande do Sul. O Estado tem mais de 5 mil vagas de Tecnologia da Informação (TI) abertas.
“Muitos jovens escolhem outras profissões por falta de visibilidade do que é o setor de tecnologia ou por acharem que é uma área muito complexa. Com isso, deixam de ter uma grande oportunidade de futuro e de renda melhor”, analisa.