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Publicada em 29 de Abril de 2025 às 18:34

Heróis do heavy metal, Saxon traz álbum 'Wheels of Steel' na íntegra em show em Porto Alegre

Celebrando os 45 anos do clássico álbum Wheels of Steel, o Saxon promete uma aula de heavy metal em show no Opinião

Celebrando os 45 anos do clássico álbum Wheels of Steel, o Saxon promete uma aula de heavy metal em show no Opinião

/LEA STEPHAN/DIVULGAÇÃO/JC
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Igor Natusch
Igor Natusch Editor de Cultura
Por mais que se valorize a novidade e o inusitado no mundo da música, a verdade é que, muitas vezes, tudo que um ouvinte quer é a segurança dos caminhos já conhecidos - meio como um apreciador de alta gastronomia que, às vezes, não precisa de nada além de um bom arroz e feijão para ficar feliz. Dentro do heavy metal, os britânicos do Saxon se transformaram em uma instituição justamente pelo fato de serem confiáveis: desde quando criaram um template para o metal tradicional com seu segundo disco Wheels of Steel (1980), a banda vem se dedicando a reforçar e reiterar o seu legado, quase sem desvios de rota e sempre com muita consistência. Faça chuva ou faça sol, esteja o rock na crista na onda ou desacreditado como coisa velha, o Saxon segue lá, gravando discos e fazendo show recheados de metal - convenhamos, exatamente como os fãs querem que seja, sem tirar nem pôr.
Por mais que se valorize a novidade e o inusitado no mundo da música, a verdade é que, muitas vezes, tudo que um ouvinte quer é a segurança dos caminhos já conhecidos - meio como um apreciador de alta gastronomia que, às vezes, não precisa de nada além de um bom arroz e feijão para ficar feliz. Dentro do heavy metal, os britânicos do Saxon se transformaram em uma instituição justamente pelo fato de serem confiáveis: desde quando criaram um template para o metal tradicional com seu segundo disco Wheels of Steel (1980), a banda vem se dedicando a reforçar e reiterar o seu legado, quase sem desvios de rota e sempre com muita consistência. Faça chuva ou faça sol, esteja o rock na crista na onda ou desacreditado como coisa velha, o Saxon segue lá, gravando discos e fazendo show recheados de metal - convenhamos, exatamente como os fãs querem que seja, sem tirar nem pôr.
Na terça-feira da semana que vem, dia 6 de maio, os fãs gaúchos terão a chance de ver as duas pontas dessa trajetória de 45 anos sendo amarradas ao vivo, a partir das 21h, no palco do Opinião (rua José do Patrocínio, 834). Não apenas a banda inglesa trará canções de seu álbum mais recente, o elogiado Hell, Fire and Damnation (2024), como promete tocar o clássico Wheels of Steel na íntegra, em uma verdadeira aula de metal para fãs de todas as gerações. A banda feminina Burning Witches será a convidada especial da noite, que terá abertura do grupo paulistano Urdza. Ainda há ingressos, a partir de R$ 115,00, no Sympla.
Hell, Fire and Damnation marcou uma mudança significativa na formação do Saxon. O guitarrista Paul Quinn, um dos fundadores do conjunto ao lado do vocalista e líder Biff Byford, aposentou-se da música e deixou a banda, abrindo caminho para a entrada de Brian Tatler. Para os mais obcecados pelo metal tradicional, trata-se de uma mudança e tanto, já que Tatler é um dos criadores do Diamond Head, grupo que não chegou a estourar mundialmente, mas que está entre os mais influentes da história do gênero - basta dizer, por exemplo, que o gigante Metallica trata o Diamond Head quase com devoção, tendo gravado vários covers deles durante sua carreira. Seja como for, Tatler - que hoje completa o Saxon ao lado de Byford, Doug Scarratt (guitarra), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glockler (bateria) - deixou claro durante conversa com o Jornal do Comércio que considera estar vivendo o ponto alto de sua carreira.
"Tem sido uma grande oportunidade e um grande desafio, um passo realmente positivo na minha carreira. É algo que você não necessariamente espera que possa ocorrer na minha idade, uma oportunidade de se juntar a uma banda maior", afirma o guitarrista. Bastante simpático, o músico falou sobre as particularidades de estar no Saxon - inclusive como guitarrista, já que no Diamond Head era comum que só ele tocasse o instrumento. "Algumas das músicas são bem rápidas, então tive que trabalhar na minha palhetada. Há muito downpicking (estilo de palhetada no qual a mão se move sempre de cima para baixo) no Saxon. Eles me mandaram uma lista de músicas que tocavam ao vivo, e uma lista de músicas que talvez pudessem querer tocar ao vivo - você sabe, às vezes tocamos alguma música mais inesperada como This Town Rocks ou algo assim. Levou uns meses até aprender todo o material, mas foi um desafio positivo, mesmo porque todas as músicas são muito boas", afirma.
Embora não tenha gravado Wheels of Steel, álbum homenageado nessa turnê, Brian Tatler estava construindo sua carreira com o Diamond Head ao mesmo tempo, no mesmo ambiente efervescente da NWOBHM (sigla para Nova Onda do Heavy Metal Britânico, em tradução livre) do começo dos anos 1980. Assim sendo, ele guarda lembranças desses dias, que definiram as diretrizes de quase tudo que viria depois no rock pesado. "Quando o Diamond Head começou, nós só queríamos fazer um som semelhante ao das bandas que admirávamos, aquelas grandes bandas de rock pesado dos anos 1970. Mas nós prestávamos atenção nas outras bandas, e notamos que o Def Leppard assinou um contrato, o Iron Maiden assinou um contrato. O Saxon também tinha um contrato, é claro, e bandas como Girlschool e Angel Witch assinaram com gravadoras. E estávamos meio desesperados para conseguir um contrato também, porque logo todos os grandes selos teriam a sua banda e nós ficaríamos para trás", relembra. Foi essa pressa que fez o Diamond Head lançar o LP independente Lightning to the Nations, até hoje considerado o ponto alto da banda e um dos melhores discos de toda a NWOBHM.
Seja como for, o próprio Tatler admite que hoje, com o Saxon, as coisas são bem maiores do que costumavam ser em sua carreira. "Nós fizemos uma turnê pela América do Sul há dois anos, foi minha primeira turnê com o Saxon, e foi fantástico", relembra o guitarrista. "Eu fiquei chocado em como o público era leal e entusiástico. Havia fãs esperando por nós em cada aeroporto e cada hotel, pedindo um autógrafo, tirando selfies e cantando em voz alta o nome da banda. Eu nunca tinha passado por isso, e foi algo incrível para mim."
A agenda com o Saxon - uma banda conhecida não só pela consistência sonora, mas pela ética incansável de trabalho - segue intensa. Depois da turnê, a banda deve fazer uma pausa para trabalhar em um novo disco de estúdio, ainda sem previsão de lançamento. Já o Diamond Head segue em compasso de espera - embora um álbum ao vivo, chamado Live and Electric, esteja previsto para julho. "O Saxon exige bastante, preciso me concentrar em fazer um bom trabalho e não decepcionar ninguém. Eu tenho estado com o Diamond Head desde que tinha 16 anos, então acho que as pessoas entendem que eu precisava agarrar essa oportunidade (com o Saxon) e que estão de acordo com a ideia", comenta Tatler. 
 

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