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Publicada em 29 de Abril de 2025 às 19:41

Dorival deseja melhoras a Tite e explica por que trocou descanso por desconforto no Corinthians

Dorival está disposto a viver a pressão do clube, que passa por uma crise política

Dorival está disposto a viver a pressão do clube, que passa por uma crise política

Rodrigo Coca/Agência Corinthians/JC
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Agências
Dorival Júnior ouviu propostas de muitos clubes, entre eles o Santos, desde que foi demitido da seleção brasileira. Não aceitou nenhuma, pois queria mais tempo para descansar e colocar a cabeça no lugar, mas uma oferta do Corinthians, único dos grandes paulistas que nunca treinou, mudou seus planos. Apresentado no CT Joaquim Grava nesta terça-feira, o treinador está disposto a viver a pressão do clube alvinegro, que passa por uma crise política, mas fez um reflexão sobre o quanto o ambiente do futebol afeta a saúde mental dos profissionais do meio.
Dorival Júnior ouviu propostas de muitos clubes, entre eles o Santos, desde que foi demitido da seleção brasileira. Não aceitou nenhuma, pois queria mais tempo para descansar e colocar a cabeça no lugar, mas uma oferta do Corinthians, único dos grandes paulistas que nunca treinou, mudou seus planos. Apresentado no CT Joaquim Grava nesta terça-feira, o treinador está disposto a viver a pressão do clube alvinegro, que passa por uma crise política, mas fez um reflexão sobre o quanto o ambiente do futebol afeta a saúde mental dos profissionais do meio.
"O nível de cobrança e preocupações de um profissional do futebol é muito alta. As pessoas às vezes não têm ideia do que isso representa e o que isso provoca em todo o contexto familiar e de pessoas", disse o novo treinador corintiano.
Cuidar da mente foi o motivo que fez o ídolo corintiano Tite não estar no lugar que agora é ocupado por Dorival. O campeão mundial e da Copa Libertadores chegou a ter um acordo para assumir o clube, mas sofreu uma crise de ansiedade na véspera do acerto e decidiu que ainda não era a hora de voltar a trabalhar.
"Imagino o que o Tite deva ter passado, esteja naturalmente passando, que acontece uma recuperação rápida. É uma pessoa que eu tenho um respeito e um carinho muito grandes. Fui atleta junto com ele. É uma situação que todo esportista corre um risco muito grande. O nível de cobrança é de um nível altíssimo. Chega ao absurdo de as pessoas se descontrolarem dentro de suas casas", afirmou.
"É uma atenção que deveríamos dar de uma maneira um pouco diferente e prepararmos um pouco mais nossos atletas e profissionais, para que pudessem entender e suportar, porque a carga é muito pesada. Gostaria que um dia vocês pudessem acompanhar o dia a dia de um treinador, de uma comissão técnica, para entender aquilo que é após uma partida. Isso é maçante", concluiu.
Apesar da amizade com Tite, Dorival não chegou a procurar o gaúcho para conversar sobre a ida ao Corinthians, até em razão do momento de saúde vivido por ele. "Não falei com ele, até respeitando a situação. O que eu vejo é que temos que nos preocupar com a recuperação do Tite do que propriamente com outra situação."
Diferentemente de Tite, o novo comandante do Corinthians sentiu que estava pronto para trabalhar novamente, mesmo após a frustração recente na seleção brasileira. "Eu só viria a um clube quando em me sentisse recuperado desse momento que foi marcante e registrou no meu íntimo. Eu não viria se não estivesse recuperado."
O treinador de 63 anos está ciente de que chega em um ambiente desconfortável. Na segunda-feira à noite, poucas horas antes da apresentação, as contas do primeiro ano de gestão do presidente Augusto Melo foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo, o que, segundo o estatuto do clube, permite um novo pedido de impeachment de Melo.
Minha preocupação é esportiva, técnica, dentro de campo. Jamais vou entrar em outra área que não me compete. Vou tentar entregar o meu melhor e buscar os melhores resultados possíveis", limitou-se a dizer quando questionado sobre a efervescência no Parque São Jorge.

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