O vice-presidente Hamilton Mourão garantiu matematicamente a eleição à vaga do Senado do Rio Grande do neste domingo (2), do primeiro turno das eleições.
Até as 20h23min, com 44,34% dos votos válidos, o republicano vencia matematicamente a disputa com Olívio Dutra (PT), que tinha pouco mais de 37%.
Foi com bom humor e serenidade que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, atravessou o domingo de eleições em Porto Alegre. Ana Amélia Lemos (PSD) estava com 16,4%
Mourão nem pareceu se surpreender. Afinal, durante a campanha ele lastreou seu estado de espírito no discurso de que as pesquisas eleitorais, que apontavam a preferência dos eleitores no petista como um exercício de estatística, que retratavam o presente, não o futuro.
Mas quando a apuração dos votos começou, foi em um uísque de 12 anos com gelo e em charutos da República Dominicana que ele buscou manter a tranquilidade, já que os primeiros números já o colocavam à frente no placar. Caminhando sem parar pelo espaço dedicado ao comitê, no Hotel Radisson, em Porto Alegre, ele circulava em todos os grupos, mas pouco falava. Aliás, pediu a assessores para não ser abordado pela imprensa antes do resultado final.
Apesar da cautela, os jingles de campanha já começavam a ser entoados pelos presentes antes mesmo de a apuração chegar a 20%. Era a prévia da explosão de euforia que irrompeu o salão no momento em que o resultado se tornou irreversível. Hamilton Mourão só deu os primeiros sinais de que percebia a aproximação da vitória uma hora e meia depois do início da apuração, quando juntou-se aos amigos para dançar, cantar e aceitar os abraços efusivos que recebia de quem chegava ao local.
A candidatura do republicano ganhou novo impulso na quinta-feira, quando a vereadora comandante Nádia (PP) anunciou que abria mão de concorrer ao Senado, em apoio a Mourão. A decisão foi motivada pela preocupação quanto à possível vitória de Olívio Dutra.
O general do Exército sempre foi uma voz equilibrada em momentos conturbados da política nacional desde 1º de janeiro de 2019. Neste domingo não foi diferente. Pregou calma, respeito e paz aos militantes de todas as legendas, com liberdade e segurança para quem quisesse manifestar a preferência por seus candidatos.
“Essa foi uma campanha muito aguda, muito intensa. Havia uma expectativa de violência e ânimo acirrados, que não vi nas ruas. O Rio Grande do Sul sai vencedor da campanha”.
Mourão analisou os prós e contras de estar no governo e ser candidato. Para ele, a exposição diária deu visibilidade, mas também exigiu sabedoria.
E brincou:
“Eu fiz a minha parte. Fiz a prova. Mas foram os eleitores que corrigiram as provas dos candidatos”.
Antônio Hamilton Martins Mourão é gaúcho, nascido em Porto Alegre no ano de 1953. Passou parte de sua infância em Bagé, cidade natal da mãe. Retornou à capital gaúcha, onde concluiu o ensino médio no Colégio Militar até ingressar no Exército Brasileiro, em 1972, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Filho do General de Divisão, Antônio Hamilton Mourão, e de Wanda Coronel Martins Mourão. Marido da Paula, pai do Antônio e da Renata, tem cinco netos.
Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão é graduado, mestre e doutor em Ciências Militares e foi adido militar na Embaixada do Brasil na Venezuela. Ele também comandou o 27° Grupo de Artilharia de Campanha em Ijuí e a 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM), assim como a 6ª Divisão de Exército em Porto Alegre.