A videoconferência entre o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, e
hospitais teve um aceno. O prefeito descartou, por enquanto, o
lockdown para ampliar o isolamento social e reduzir a pressão por leitos, segundo apurou o
Jornal do Comércio com dirigentes de instituições que participaram. A reunião, que durou pouco mais de uma hora, tratou de medidas para dar conta da assistência.
Logo depois, Marchezan começou reunião com lideranças empresariais, para tratar da gestão da pandemia. O setor empresarial divulgou nota no domingo (19) contrário ao lockdown e indicando que a população precisa colaborar aderindo aos decretos de restrições.
O prefeito indicou, na conversa com dirigentes da saúde, que não há apoio para adotar lockdown e que é preciso reforçar o apelo para s pessoas seguirem as medidas. Dados do isolamento mostraram que 43% mantiveram o distanciamento nessa terça. A meta do município é 55% para ter efetividade em frear a contaminação e mais doentes.
Entre os hospitais, há posições em favor do maior fechamento, que restringe fluxos e limita circulação a serviços e comércio de primeira necessidade, como supermercado e farmácias, e contrária. A diretora presidente do Hospital de Clínicas (HCPA), Nadine Clausell,
defendeu mais uma vez o lockdown. Já o colega de setor público de saúde, o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Cláudio Oliveira,
posicionou-se contra.
Oliveira havia dito em entrevista ao JC que não adiantaria limitar a circulação em Porto Alegre, se não se adota a mesma medida na Região Metropolitana. Pelos menos 40% dos casos atendidos em UTIs e enfermaria do Hospital Conceição, que é do GHC, são oriundos de cidades metropolitanas.
A pressão por leitos de UTI teve uma leve redução nesta quarta-feira. O painel da Secretaria Municipal da Saúde, aponta 88% de ocupação. Até essa terça-feira, o nível havia ultrapassado os 90%. São 674 pacientes para 775 leitos. Houve ampliação de vagas no complexo da Santa Casas, que adicionou mais 17 posições aos 48 existentes para tratar Covid-19.
São 323 doentes ligados á pandemia, sendo 284 confirmados com o novo coronavírus e 39 suspeitos. O
Hospital Moinhos de Vento deixou a condição de 100% de lotação, verificada nessa terça, para 98%, maior nível entre os estabelecimentos. Mais da metade dos casos são de Covid-19. Clínicas vem logo depois, com 96% de ocupação, com 83 casos da nova doença e sete suspeitos.