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- Publicada em 30 de Junho de 2020 às 16:31

Hospitais gaúchos suspendem cirurgias eletivas por falta de medicamentos para UTIs

Com estoques limitados, Instituto Cardiologia de Viamão suspendeu cirurgias eletivas nesta terça

Com estoques limitados, Instituto Cardiologia de Viamão suspendeu cirurgias eletivas nesta terça


HOSPITAL INSTITUTO CARDIOLOGIA VIAMÃO/ DIVULGAÇÃO/ JC
Fernanda Crancio
A falta de medicamentos sedativos e anestésicos utilizados nos kits para entubação tem levado muitas casas de saúde gaúchas a cancelarem procedimentos e cirurgias eletivas. Os insumos, com demanda crescente em razão da pandemia da Covid-19, estão escassos nos estoques dos hospitais, que têm tido dificuldades para encontrá-los no mercado ou sofrem com a elevação dos preços aplicados, por conta da grande procura. Apesar de a aquisição desses medicamentos ser de responsabilidade das instituições, o Estado já intermediou a questão junto ao governo federal e aguarda a chegada de estoques que serão licitados pelo Ministério da Saúde.
A falta de medicamentos sedativos e anestésicos utilizados nos kits para entubação tem levado muitas casas de saúde gaúchas a cancelarem procedimentos e cirurgias eletivas. Os insumos, com demanda crescente em razão da pandemia da Covid-19, estão escassos nos estoques dos hospitais, que têm tido dificuldades para encontrá-los no mercado ou sofrem com a elevação dos preços aplicados, por conta da grande procura. Apesar de a aquisição desses medicamentos ser de responsabilidade das instituições, o Estado já intermediou a questão junto ao governo federal e aguarda a chegada de estoques que serão licitados pelo Ministério da Saúde.
No domingo (28), alerta da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado (Federação RS) e da Federação das Associações e Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) expôs o problema que vem sendo enfrentado por dezenas de hospitais gaúchos e prejudicado tratamentos e a saúde de muitos pacientes, uma vez que o kit de entubação é essencial nos procedimentos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Nos últimos três meses, desde que começou a pandemia no Estado, a quantidade de kits utilizados equiparou-se ao aplicado em todo o ano de 2019. "Ocorre que o acesso a tais medicamentos no mercado farmacêutico tem sido inviabilizado por duas causas principais, a primeira, a alta demanda, e, a segunda, os preços elevados. É evidente que a gravidade deste problema está acentuada em razão da pandemia do novo coronavírus", diz a nota das duas federações.
De acordo com a Federação RS, instituições como o Hospital Vila Nova, de Porto Alegre, o Hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa, e o Hospital de Caridade de Ijuí já cancelaram cirurgias eletivas que necessitam desses medicamentos, por conta dos estoques baixos. Em Canoas, a prefeitura também anunciou que os hospitais Universitário e Nossa Senhora das Graças não realizariam cirurgias eletivas pela escassez dos medicamentos a partir de segunda-feira (29), justamente para poder garantir o atendimento aos pacientes de urgência e emergência, que são pacientes Covid.
No Hospital Instituto Cardiologia de Viamão, única casa de saúde da cidade e referência regional em traumatologia e neurologia, todas as cirurgias eletivas foram suspensas nesta terça-feira (30), para preservar os estoques de anestésicos e kits entubação para os atendimentos a pacientes da traumatologia  com Covid-19. Segundo o administrador da instituição, Geison Farias, não há como manter o calendário de cirurgias, entre 20 e 30 semanais, diante dessa realidade. "Ainda temos estoque para uma semana, 10 dias, mas priorizamos os pacientes traumato e Covid nesse momento. Não sabemos o que teremos pela frente se, por exemplo, houver um acidente de grandes proporções para atender. Já comunicamos a Coordenadoria de Saúde e o governo do Estado, mas não há muito a se fazer a não ser esperar, pois os medicamentos estão em falta no mercado", enfatiza o gestor.
A Secretaria da Saúde do Estado (SES) fez um levantamento junto aos hospitais para saber a situação dos estoques de medicamentos do chamado kit entubação e encaminhou as informações ao Conselho Nacional da Saúde (Conass)e ao Ministério da Saúde, que fará uma licitação coletiva para aquisição dos produtos, mais de 20 medicamentos. Segundo a SES, os hospitais são os responsáveis pela compra dos medicamentos, mas, diante da escassez agravada pela pandemia, os estados têm feito a intermediação com os órgãos federais e pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) uma tomada internacional de preços.
Em live na segunda-feira (29), o governador Eduardo Leite e a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, abordaram o tema e disseram que o Estado aguardava o retorno do Ministério. Leite reforçou que já houve comunicado conjunto dos governadores ao órgão, para garantir a intermediação dos medicamentos, mas que a falta ocorre em todo o País e preocupa o Estado.
Segundo Arita, há um compromisso do Ministério da Saúde em viabilizar as aquisições aos hospitais. "Encaminhamos a lista dos principais insumos que faltam na rede hospitalar do Rio Grande do Sul, tanto para o Conass quanto para o Ministério da Saúde, e tivemos a informação de que nesta semana o Ministério estaria encaminhando para o Estado os itens necessários de anestésicos, kits entubação e outros insumos", relatou a secretária.
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