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Coronavirus

- Publicada em 07 de Março de 2021 às 12:31

Hospital de Clínicas de Porto Alegre tem fila por respiradores

Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) tinha 126% de ocupação neste domingo

Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) tinha 126% de ocupação neste domingo


CLÓVIS PRATES/HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
Agência Estado
Referência para atendimento de casos da covid-19 no Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) não tem mais respiradores adequados e suficientes para o número de pacientes que atualmente necessitam do equipamento. A unidade está com a UTI lotada, por conta do recrudescimento sem precedentes da pandemia que o Estado enfrenta na última semana. 
Referência para atendimento de casos da covid-19 no Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) não tem mais respiradores adequados e suficientes para o número de pacientes que atualmente necessitam do equipamento. A unidade está com a UTI lotada, por conta do recrudescimento sem precedentes da pandemia que o Estado enfrenta na última semana. 
Atualmente, o Clínicas usa respiradores de menor capacidade em parte dos pacientes com lesões pulmonares que demanda um modelo de maior capacidade, e também possui uma fila de espera para aqueles que estão em métodos não invasivos aguardando qualquer tipo de respirador.
Operando além da capacidade, a instituição passou de 105 para 132 leitos críticos inicialmente previstos para casos de pacientes com o novo coronavírus. Com isso, conta com 27 pacientes instalados em leitos extras no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e também na área da emergência. A taxa de ocupação, portanto, é de 126%.
O crescimento nos atendimentos sobrecarregou o hospital, que agora não conseguisse atender a demanda por ventiladores pulmonares (conhecidos por respiradores), para pacientes com pulmões comprometidos pela covid-19. 
Segundo o médico infectologista Alexandre Zavascki, a situação tem feito com que pacientes aguardem a disponibilidade do equipamento mesmo já tendo indicação para serem intubados. "Temos pacientes que já teriam indicação, mas como não entraram em falência, ficam na enfermaria na modalidade possível. Há pacientes falecendo sem acesso ao ventilador."
Em nota, o Hospital de Clínicas afirma que nesse momento a demanda por respiradores "ultrapassa a capacidade de resposta hospitalar mesmo com realocações e compras emergenciais de equipamentos". "O HCPA solicitou auxílio aos gestores municipais e estaduais para aquisição de equipamentos com características técnicas que atendam às necessidades dos pacientes com covid-19, e segue realizando esforços para suprir a demanda e garantir a assistência."
Conforme Zavascki, a intensificação da doença no Estado ocorre de uma maneira "nunca antes vista". "É uma aumento exponencial, com mudança completa da capacidade de atendimento do hospital, com necessidade de expansão rápida de leitos e recrutamento de novas equipes", alerta. "Estamos usando muita criatividade para conseguir manter o atendimento diante da explosão de casos."
O HCPA tem 167 ventiladores para uso em adultos, dos quais 22 são ventiladores de anestesia, usados idealmente para curtos períodos de tempo, enquanto outros 145 são adequados para ventilação mecânica continuada. Um total de 105 ventiladores são considerados de alta performance.
Neste sábado (06), o Rio Grande do Sul registrou 182 mortes por coronavírus, segunda maior marca local da pandemia - foram 184 da terça-feira (02). Nos últimos sete dias, os óbitos chegaram a 1.027, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Todas as 3 mil UTIs das cidades gaúchas estão ocupadas.
No hospital, 185 pacientes estavam sendo atendidos na sexta-feira (5) em leitos críticos (132 covid e 53 não covid), dos quais 109 estavam em ventilação mecânica. Entre os 53 classificados como não covid, 17 são de pacientes que já tiveram o novo coronavírus, não transmitem mais a doença, mas continuam se tratando.
Há ainda 34 pacientes em leitos de enfermaria com o chamado "suporte ventilatório não invasivo". Segundo o hospital este grupo também deveria estar em ambientes de tratamento crítico, uma vez que têm risco de apresentarem piora em seus quadros clínicos e necessitarem uso de ventilação mecânica.
A unidade explicou que tem 167 ventiladores para uso em adultos, dos quais 22 são ventiladores de anestesia, usados idealmente para curtos períodos de tempo, enquanto outros 145 são adequados para ventilação mecânica continuada. Um total de 105 ventiladores são considerados de alta performance.
Beatriz Schaan, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento do Coronavírus na instituição, diz que, diante dos recordes diários de novos casos e internaçãoes, a situação está chegando no limite do que pode ser ampliado. Ela lamenta o grande número de fake news circulando por conversas de WhatsApp dizendo que não há superlotação e é tudo mentira.
 
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