A incidência do novo coronavírus no Rio Grande do Sul acende um alerta no Estado após crescer 80,6% em uma semana. O salto coincide com as reavaliações do modelo de distanciamento controlado aplicado pelo governo gaúcho, que flexibilizou o isolamento social e a retomada de atividades.
O dado
quase dobrou no levantamento semanal feito pelo
Jornal do Comércio com base nas informações divulgadas pelo Ministério da Saúde. O coeficiente de incidência passou de 33,0 por 100 mil habitantes na semana passada para os atuais 59,6. Ainda assim, o Rio Grande do Sul mantém uma das menores taxas entre os estados brasileiros, ocupando a 22ª posição na tabela dentre as 27 unidades federativas.
Amapá (823,8), Amazonas (770,9), Acre (542,1), Roraima (426,4) e Ceará (405,4) somente inverteram posições, mas permanecem como os estados de maior incidência da doença. Apesar do comparativo,
especialistas alertam que a análise do indicador exige cuidado, já que a taxa de incidência pode mascarar o avanço da epidemia diante da grande subnotificação de casos no País.
Em número de casos confirmados, foram quase 2 mil novas ocorrências de uma semana para a outra. O dado mais recente da Secretaria Estadual da Saúde indica 7.231 casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul. No dia 20 de maio, eram de 5.246 casos (veja no painel ao fim do texto).
Houve alta também na taxa de mortalidade por 100 mil habitantes. Neste recorte, os óbitos por coronavírus no Estado cresceram 38,4% na comparação semanal. Apesar da alta, o RS tem uma das mais baixas letalidades em relação aos demais estados, ocupando a 24ª posição. São 1,8 mortes a cada 100 mil habitantes. Na semana passada, eram 1,3.
Os maiores índices de mortalidade seguem concentrados na região Norte e Nordeste, liderados por Amazonas (44,7/100 mil habitantes), Pará (28,7/100 mil habitantes) e Ceará (28,5/100 mil habitantes). Compare as taxas dos demais estados no gráfico abaixo.
Por região, as maiores incidências de casos seguem nas regiões Norte (440,7/100 mil) e Nordeste (237,6/100 mil). Depois, aparecem Sudeste (163,5/100 mil) e Centro-Oeste (77,4/100 mil). A região Sul tem a menor taxa de incidência, de 57,8 a cada 100 mil habitantes, embora com alta de 48,96% em relação à semana passada.