Durante cinco dias, de 6 a 10 de março, o coordenador de desenvolvimento empresarial, planejamento portuário e tarifas da Portos RS e diretor do Arranjo Produtivo Local (APL) Marítimo do Rio Grande do Sul, Giovani Trindade, integrou a comitiva brasileira que participou da Missão Técnica de Hidrogênio de Baixo Carbono ao Reino Unido. Agora, a ideia é aplicar os conhecimentos, trocados na missão, para fortalecer o uso de hidrogênio verde, produzido com alguma fonte de energia renovável, e azul, feito a partir do gás natural e captura de gás carbônico, para reduzir as emissões de carbono aqui no Brasil, incluindo no Rio Grande do Sul, especialmente na área de transportes marítimos.
A missão contemplou uma série de visitas a importantes setores de desenvolvimento de energia sustentáveis no Reino Unido. Entre os locais estavam o Porto de Aberdeen, a empresa multinacional Turner & Townsend, a conferência Hidrogênio e Células de Combustível, entre outros. Segundo Trindade, foi possível constatar os benefícios do compromisso do Reino Unido com o fornecimento de energia verde. De acordo com o que informou, a estratégia de segurança energética do Reino Unido tem uma meta bastante ambiciosa de atingir a marca de 10 GW de produção de hidrogênio com baixo teor de carbono até 2030, assumido o compromisso de lançar um esquema de certificação de hidrogênio até 2025, o que deve garantir que qualquer hidrogênio exportado ou importado atenda aos padrões esperados pelas empresas britânicas.
"Da mesma forma, no Brasil, um programa de certificação de hidrogênio de baixo carbono poderia criar benefícios para toda a cadeia de valor do hidrogênio e apoiar a descarbonização da economia. A certificação pode contribuir para o acesso a novos mercados de baixo carbono", considerou o coordenador de desenvolvimento empresarial do Portos RS.
Entre os pontos altos das visitas técnicas no Reino Unido, Trindade afirmou que o Porto de Aberdeen, na Escócia, deve ser visto como uma referência para o projeto em desenvolvimento na Portos RS em Rio Grande. Naquele país, a infraestrutura possui um papel fundamental para o desenvolvimento de setores de energia limpa, incluindo energia eólica offshore e hidrogênio verde, e está em plena expansão com o projeto South Harbour, considerado o maior projeto de infraestrutura marítima em andamento no Reino Unido.
A nova estrutura será multiuso e foi projetada para acomodar navios maiores e indústrias com uso intensivo de espaço, como energias renováveis offshore, aproximando os clientes e suas cadeias de suprimentos de seus projetos "Queremos capacitar a infraestrutura do Porto do Rio Grande para tornar-se uma plataforma de apoio logístico à indústria de energia eólica offshore. Então, essa foi uma importante referência", refletiu Trindade.
Na ocasião, também foram visitados a ITM Power, principal empresa do Reino Unido responsável por projetar e fabricar sistemas de eletrolisadores que geram hidrogênio verde com base na tecnologia de membrana de troca de prótons e a Transnational Energy Research Centre (TERC) da Universidade de Sheffield, uma das maiores instalações de pesquisa e desenvolvimento na Europa para energia de carbono zero, hidrogênio e bioenergia.
Potencial de hidrogênio verde do Brasil atrai investidores no Reino Unido
No evento "Hydrogen opportunities in Brazil", que aconteceu na última quinta-feira (9), e reuniu a comitiva brasileira e investidores no Reino Unido, os representantes dos portos brasileiros, incluindo o Portos RS, apresentaram suas instituições, principais projetos e oportunidades para a audiência britânica, composta por fornecedores de equipamentos e serviços ligados à indústria de energia e investidores.
"Os investidores gostaram muito das apresentações e puderam ver o potencial da infraestrutura do Brasil para se tornar um grande player internacional no mercado de hidrogênio verde em um futuro próximo", ponderou o coordenador de desenvolvimento empresarial, planejamento portuário e tarifas da Portos RS e diretor do Arranjo Produtivo Local (APL) Marítimo do Rio Grande do Sul, Giovani Trindade.
Quanto ao Rio Grande do Sul, segundo contou Trindade, há uma grande oportunidade para o desenvolvimento de parcerias na área de negócios e P,D&I, envolvendo o Porto do Rio Grande e as instituições de ensino e pesquisa do Rio Grande do Sul, bem como o Arranjo Produtivo Local (APL) Marítimo do RS, pois um dos principais gargalos tecnológicos para a consolidação do hidrogênio verde como uma fonte de energia limpa, com preço competitivo, está relacionado ao transporte por navios ou barcaças e à armazenagem nos portos.
"O potencial para o desenvolvimento da indústria de energia eólica offshore na costa do Rio Grande do Sul, tendo o Porto do Rio Grande como base de apoio logístico, e os investimentos em infraestrutura, ensino e pesquisa podem tornar o Rio Grande do Sul um importante fornecedor de hidrogênio verde em um futuro próximo", finalizou Trindade.