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Publicada em 10 de Abril de 2025 às 18:09

Gleisi mescla articulação no Congresso e embate com governadores

Gleisi teve tratativas do orçamento 2025 como desafio inicial

Gleisi teve tratativas do orçamento 2025 como desafio inicial

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Divulgação/JC
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Agências
Escolhida para exercer a função de principal articuladora política do governo Lula (PT), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) tem desempenhado um papel que mescla negociações nos bastidores com partidos no Congresso Nacional e um enfrentamento público com governadores de oposição e o bolsonarismo.
Escolhida para exercer a função de principal articuladora política do governo Lula (PT), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) tem desempenhado um papel que mescla negociações nos bastidores com partidos no Congresso Nacional e um enfrentamento público com governadores de oposição e o bolsonarismo.
O cargo ocupado por Gleisi exige diálogo especialmente com o Legislativo, hoje chefiado por Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no Senado. A principal atribuição da Secretaria de Relações Institucionais) é ajustar a recepção de projetos de interesse do Executivo, o nível de prioridade que cada um terá e os votos necessários para aprová-los.
Desde que chegou ao posto, há um mês, Gleisi teve êxito na articulação da votação e aprovação do Orçamento 2025 (travado desde dezembro) e na redução de resistências ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e à PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança Pública.
Necessário para fixar as despesas da União ao longo do ano, o Orçamento não tinha sido votado dentro do prazo devido ao impasse entre os três Poderes sobre as emendas parlamentares. Para destravar a LOA (Lei Orçamentária Anual), Gleisi fez um acordo pelo pagamento de mais de R$ 6 bilhões em emendas.
No caso da PEC da Segurança, a proposta de que seria enviada ainda em abril foi concretizada na terça-feira (8), após encontro entre ela, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e representantes do Congresso.
Em paralelo, Gleisi manteve tom considerado combativo, que se tornou uma marca ao longo de sua passagem pela presidência no PT.
Um dos alvos mais recorrentes é Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e cotado para as eleições presidenciais em 2026.
Tarcísio havia questionado, em manifestação realizada em março pela anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, o motivo de terem tornado Bolsonaro inelegível: "É medo de perder a eleição?". Como resposta, Gleisi disse que Lula sempre respeitou os resultados de suas derrotas em eleições e que Bolsonaro é quem tinha medo da cadeia.
Na ocasião, o governador também culpou o governo Lula pela alta da inflação de alimentos, ao afirmar que "prometeram picanha e não tem nem ovo". Gleisi, por sua vez, rebateu relembrando os índices de inflação da época de Jair Bolsonaro (PL), em que Tarcísio era ministro da Infraestrutura.
Os governadores de Minas, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também foram "cobrados" por Gleisi, que afirmou que nenhum deles agradeceu a Lula pelo pagamento das dívidas dos estados. O posicionamento acompanha o do presidente, que meses antes os chamou de "ingratos".
Em alguns momentos, Gleisi chegou a bater de frente com nomes de partidos que integram o governo, como com Gilberto Kassab, presidente do PSD, sigla de três ministros de Lula - Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca).
"Com todo o respeito, eu acho que Kassab está muito injusto com o presidente Lula, que ele conhece tão bem e há tanto tempo", disse à CNN Brasil, ao ser questionada sobre a fala do presidente do partido de que Lula estaria repetindo os erros de Bolsonaro e fazendo um governo "mais à esquerda".
Ao assumir a nova posição, Gleisi também manteve suas críticas à família Bolsonaro, como ao filho 03 do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu licença do cargo para morar nos Estados Unidos, alegando perseguição política. Em mais de uma ocasião, Gleisi tachou a atitude como vitimismo e "encenação".
Desde sua posse, Gleisi também fez declarações contra a misoginia na política. A reforma ministerial que inseriu a ex-presidente do PT na equipe ocorreu em um contexto em que o machismo foi tema das discussões sobre as mudanças na equipe do governo.
 

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