Leite disse que aguarda dados de pesquisas sobre prevalência de casos e as regiões atingidas pela Covid-19 e
internações hospitalares ligadas à doença, mas admitiu que pode flexibilizar mais a operação de segmentos em algumas regiões e também endurecer as medidas em outras.
"Vamos tomar as nossas decisões com base em evidencias. Não podemos ver a evidência do todo e sem ver as partes. Podemos fazer encaminhamento observando condições regionais", explicou o chefe do governo, para, então, dar uma linha do que pode adotar a partir de quinta-feira (16).
"Pode ser menos restritivo em algumas cidades, desde que adotem medidas para higiene e distanciamento para evitar contatos", condicionou o governador.
Leite voltou a ponderar que não é seu desejo implementar regras restritivas. O governo vem sendo criticado por entidades empresariais e pela população contrários às medidas de fechamento. "Quero a mais rápida retomada ou a possível dentro das condições para evitar que deteriore a saúde coletiva", justificou Leite.
Um dado que já vem sendo constatado em muitas cidades é que as pessoas estão saindo mais às ruas. O governador fez esta observação, após questionamento de um repórter, e projetou que "vamos analisar e ver as regras para o decreto", sugerindo que deve contemplar medidas que freiem este tipo de relaxamento sobre os cuidados.
Mas Leite indicou uma certa precaução de deixar tudo liberado sem ter a medida apoiada em dados. "Pode ter conta mais alta lá na frente", advertiu -
Sobre a situação da doença no Rio Grande do Sul, que teria menor incidência que em estados como Santa Catarina e até o Paraná, segundo estudo do governo estadual, Leite comentou que o comportamento "moderado aqui não vai significar relaxamento". O governador avalia que este quadro pode indicar, por exemplo, maior adesão da população a medidas de restrição.
O que está agora no visor do governo também é o período de incidência de outras síndromes respiratórias, como a gripe causada pelo vírus Influenza, mas há muitos outros que atingem a população nas estações de queda de temperatura. "Estamos vendo outros anos sobre estas síndromes para ver quanto vai nos expor", disse Leite.
A pesquisa que equipes da UFPEl está fazendo deve dar os elementos para a formulação do novo decreto. Leite disse que uma das etapas é de testes na população. Até esta segunda-feira foram coletados materiais de 3.358 pessoas, mas a meta é fazer 4,5 mil testes. Segundo Leite, a meta não foi alcançada devido a algumas dificuldades para aplicação. Até a Brigada Militar auxiliou no acesso a alguns locais.
"Vamos usar (os resultados) como subsídio para o decreto. A política de distanciamento social é baseada em evidências científicas, análise das pesquisas e na opinião do comitê científico. Vamos debater e tomar as decisões", assegurou.
Já sobre as internações, o dado disponível é que há 287 leitos de hospitais ocupados com casos relacionados à doença. Deste número, 88 são de pessoas com a Covid-19 e 199 são de casos suspeitos, segundo a assessoria do Palácio Piratini. Até agora, 180 hospitais já fizeram o registro que passou a ser obrigatório para caso.