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Publicada em 26 de Março de 2025 às 11:39

Azonasul trabalha para definição de nova referência em traumatologia em Pelotas

O prefeito de Pinheiro Machado, Ronaldo Costa Madruga, novo presidente da Azonasul, pontuou em entrevista ao Jornal do Comércio as principais pautas de sua gestão na entidade

O prefeito de Pinheiro Machado, Ronaldo Costa Madruga, novo presidente da Azonasul, pontuou em entrevista ao Jornal do Comércio as principais pautas de sua gestão na entidade

Gabriel Fritsch/Especial/JC
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Gabriel Fritsch
Gabriel Fritsch Repórter
De Pelotas
De Pelotas
Ronaldo Costa Madruga (PP), prefeito de Pinheiro Machado, assumiu a presidência da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) no fim de fevereiro e estabeleceu duas prioridades principais para sua gestão: a criação de um novo hospital de traumatologia em Pelotas, cuja definição já está em entendimento avançado, e o fortalecimento da segurança pública nos municípios da região, que sofre com a baixa resolução de crimes violentos.
O objetivo da definição de uma nova referência na especialidade é desafogar o Hospital Universitário da Universidade do Rio Grande (HU-Furg), que hoje concentra grande parte dos atendimentos.
 
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Madruga detalhou o planejamento para a implementação dessas medidas, incluindo articulações com o governo estadual e federal. Além disso, abordou outras questões relevantes, como o desenvolvimento econômico da Zona Sul, os impactos dos pedágios na região e a estruturação de novos serviços de saúde. Confira a entrevista na íntegra.

Jornal do Comércio - Quais são as principais metas para sua gestão, tanto a curto quanto a longo prazo?
Ronaldo Costa Madruga - Estamos fazendo um levantamento de todos os municípios que compõem a Azonasul. A gente busca esses elementos que são hoje segurança pública, habitação, desenvolvimento econômico. A ideia é fazer um mapa e levar para o governo do Estado e a União. Ainda também uma das prioridades é criar uma nova referência em traumatologia para Pelotas, para atender todos os municípios da Zona Sul. É o que a população pede, pois há pessoas de 70, 80 anos esperando por um atendimento de traumatologia, cirurgia, e isso precisa de uma resposta imediata.
JC – Já há alguma definição em relação a esse hospital?
Madruga – Já temos um hospital interessado, em Pelotas, para ser referência em traumatologia, que terá um espaço para isso. Estamos nos reunindo com ele e, assim que for possível, vamos anunciar. Mas precisaremos do governo do Estado, porque os municípios precisam pactuar para que sejam atendidos por aquele hospital. A partir daí, vamos iniciar os trâmites, para definir o número de atendimentos e cirurgias eletivas necessárias para apresentar esse programa ao governo estadual, para que ele faça o cofinanciamento deste serviço. A referência de Rio Grande pode continuar, para atender Rio Grande e São José do Norte, porque também isso desafoga a região como um todo.
JC – Que outras pautas pretende trabalhar na área da saúde?
Madruga - A primeira pauta é a busca das demandas reprimidas, com a habilitação de novos serviços para a região, que é o modelo de descentralização dos serviços dos grandes centros para os municípios menores. Basicamente é o levantamento dos gargalos da saúde da Zona Sul.
JC – Na questão do desenvolvimento econômico da região, o que está na pauta?
Madruga - A Zona Sul tem um Comitê de Desenvolvimento Econômico Regional que vai trabalhar esses assuntos, estudar os potenciais e as dificuldades de avanço. Claro que é um trabalho a longo prazo, o empreendedor precisa se sentir seguro para trazer novos empreendimentos. Mas não é só por meio da instalação de indústrias. A gente precisa preparar uma mão-de-obra que possa também andar sozinha e esse trabalho está dentro do Comitê de Desenvolvimento.
JC – Como será a atuação do comitê?

Madruga - Nesta semana já temos um evento para conversar com os empreendedores, locais sobre os impactos e desenvolvimentos da região, e o que poderemos fazer no curto prazo para trazer algum resultado.
JC – Como os municípios podem atuar em conjunto sobre a questão da segurança pública?
Madruga – Essa é a pauta número 2 de trabalho: pequenos municípios têm sido impactados por homicídios sem resolução, o que gera grande insegurança para a população. Precisamos de mais efetivo na Brigada Militar e nas delegacias, além de uma melhor articulação entre Ministério Público, Polícia Civil e outras instituições. Nossa meta é buscar esse reforço junto ao governo do Estado.
JC – Outra questão que mobiliza a população dos municípios da região é a dos pedágios e o custo para os usuários das rodovias. Qual a posição da associação em relação ao tema?
Madruga - O pedágio, da forma que está, não tem mais como se manter, é um dos pedágios mais caros do Brasil. A gente não é contra uma forma de cobrança que seja justa, mas não desta forma como hoje se apresenta, com esses altos valores cobrados nas praças de pedágio. A gente faz frente a este movimento, da redução brusca dos valores, ou senão a sua própria extinção, para que o governo federal ou estadual assumam a conservação destes trechos. O que não pode é a gente continuar pactuando com esses valores exorbitantes. Já foi demonstrado pelo Tribunal de Contas da União que os valores praticados são incompatíveis com o mercado.
JC – Quais são os próximos passos da Azonasul?
Madruga – Nossa próxima reunião, em abril, será sobre o Ipê Saúde para servidores municipais, pois os valores atuais estão altos demais. Também vamos intensificar as articulações para a instalação da nova referência em traumatologia e seguir cobrando melhorias na segurança pública. Nosso compromisso é fortalecer a Azonasul como uma entidade apartidária e responsável, que realmente defenda os interesses dos municípios e dos contribuintes da região.

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