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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 26 de Março de 2025 às 11:58

Carrefour e comerciários fazem acordo para indenizar demitidos de lojas do Nacional que forem fechadas

Acordo abrange lojas fechadas que tiveram demissões pelo Carrefour

Acordo abrange lojas fechadas que tiveram demissões pelo Carrefour

PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
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A previsão de fechamento de supermercados do Nacional no Rio Grande do Sul, já admitida em balanço pelo grupo Carrefour, maior varejista brasileira e dona da bandeira, fez os trabalhadores buscarem medidas para reduzir impactos das esperadas demissões. Acordo entre Federação de Comerciários (Fecosul) e o grupo foi selado e prevê indenizações a funcionários de pontos que não forem vendidos.
A previsão de fechamento de supermercados do Nacional no Rio Grande do Sul, já admitida em balanço pelo grupo Carrefour, maior varejista brasileira e dona da bandeira, fez os trabalhadores buscarem medidas para reduzir impactos das esperadas demissões. Acordo entre Federação de Comerciários (Fecosul) e o grupo foi selado e prevê indenizações a funcionários de pontos que não forem vendidos.
Até agora, veio a público a venda de 13 das 39 lojas. A Rede Kern, de Ivoti comprou loja em Novo Hamburgo, o Viezzer outra em São Leopoldo e o Nicolini outras 11 em diversas cidades. A coluna Minuto Varejo apurou que há mais negociações em andamento com supermercadistas interessados em ficar com filiais.
O acordo, explica Guiomar Vidor, presidente da Fecosul, foi negociado com a direção nacional de recursos humanos. A medida vale para a área de abrangência da Fecosul, que não inclui Porto Alegre, onde nenhum dos pontos teve até agora anúncios e venda. Os imóveis são de terceiros. 
Não há oficialmente definição pelo grupo varejista de quais lojas da bandeira de vizinhança podem ser encerradas. Vidor diz que unidades de Torres, Capão da Canoa e Tramandaí podem ter este destino devido a dificuldades de venda. Cerca de 150 empregados estão nos quadros das operações. O número foi reduzindo em anos recentes ante certo "abandono" do Carrefour. Com isso, outras bandeiras ocuparam espaço. É o caso de cidades no Litoral Norte.  
Vidor lembra que já se sinalizava para fechamento em março, mas até agora nada ocorreu. "As lojas receberam ovos de Páscoa", cita ele.    
Grupos varejistas que tentaram comprar unidades alegam que a exigência feita pela varejista francesa de manter os funcionários virou uma grande barreira para a negociação. O temor é de risco de passivo trabalhista. O presidente do grupo Asun, o sétimo maior supermercadista do Estado, Antônio Ortiz Romacho, disse que a condição "emperrou a compra de seis lojas", entre ela tinha a de Tramandaí, revelou Romacho coluna. Também o alto valor do aluguel de muitos pontos estaria dificultando mais acertos. 
Filial em Novo Hamburgo foi comprada pelo Supermercados Kern com o quadro de funcionários | MINUTO VAREJO/ESPECIAL/JC
Filial em Novo Hamburgo foi comprada pelo Supermercados Kern com o quadro de funcionários MINUTO VAREJO/ESPECIAL/JC
"Desde que o Carrefour divulgou a venda foi cogitada a possibilidade de fechamento", comenta o sindicalista. "Ficamos com orelha em pé, pois inicialmente disseram que o Nacional não fecharia e levariam a bandeira a outros estados", lembra Vidor.
O grupo, com sede na França, vem revisando sua política para o Brasil, concentrando a operação em lojas no formato de atacarejo, com a bandeira Atacado - hipermercados do Carrefour e ex-BIG (comprados pelo grupo) foram convertidos para atacarejo. O Atacadão responde por mai de 50% da receita no País
O sindicalista diz que o acordo prevê adicional de R$ 400,00 mensais por seis meses, "tipo cesta básica", define Vidor. "Poderá ser pago com crédito em cartão ou em depósito", descreve. Outra medida é um salário (piso), que seria de R$ 1.746,00 a cada ano trabalhado pelo funcionário, limitado a seis parcelas. O plano e saúde não foi mantido.
"Estamos negociando ainda indenização adicional para trabalhadores que abrirem mão de ação na Justiça contra o empregados", adianta o presidente da Fecosul.
Sobre a possibiidade de esse acordo servir para negociações de lojas, suprimindo a manutenção dos empregados, Vidor diz que é uma questão comercial, mas o sindicalista acredita que o Carrefour vai tentar "esticar a corda o máximo possível para se liberar de passivo".
"Já foram vendidas 13 unidades com os funcionários", lembra Vidor. O acordo pode ser aplicado a lojas negociadas sem a exigência de manter o quadro. "Vendeu fechou, demitiu e pagou (indenização)", resume o presidente da Fecosul.

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