O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), de 77 anos, morreu nesta quarta-feira (26). A informação foi confirmada pele Prefeitura de Belo Horizonte. Ele estava internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, da capital mineira, quando deu entrada com um quadro de insuficiência respiratória aguda.
Em outubro, Fuad havia se tornado o político mais velho a vencer uma eleição para prefeito de Belo Horizonte. Desde o pleito, foi internado ao menos quatro vezes. Ele deixa a esposa, Mônica, dois filhos e quatro netos.
Fuad é o segundo prefeito de Belo Horizonte a morrer no cargo. O primeiro foi o empresário Américo Rennê Giannetti, que tomou posse em 1951 e morreu em 1954.
Com a morte, o vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil) assume a gestão da capital mineira pelos próximos quatro anos.
Em julho, Fuad anunciou que havia sido diagnosticado com um linfoma não Hodgkin e começou o tratamento ao mesmo tempo em que acumulava o cargo de prefeito e estava em pré-campanha para a reeleição. "Digo a vocês com tranquilidade e convicção que me sinto ainda mais forte para terminar as obras contra as enchentes em Belo Horizonte e com mais energia para continuar cobrando das empresas de ônibus que melhorem o serviço na cidade", afirmou o prefeito na ocasião.
Em outubro, próximo do segundo turno, ele revelou que havia sido liberado das sessões de quimioterapia e que o câncer estava em remissão.
As complicações decorrentes do tratamento levaram a consecutivas internações de Fuad e o impediram de estar presente na diplomação e na posse, no dia 1º de janeiro. O prefeito participou de forma remota, de máscara, ao lado da esposa.
Elogiado por sua capacidade técnica nos bastidores, Fuad assumiu a gestão da capital mineira em 2022, quando o então prefeito Alexandre Kalil (à época no PSD) deixou o cargo para a disputa do governo estadual, em que foi derrotado por Romeu Zema (Novo).
A gestão do economista à frente do município foi marcada pela relação tensa com o Legislativo. A Câmara Municipal chegou a instaurar CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar contratos de serviços da prefeitura, como o transporte público e a limpeza da Lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais de Belo Horizonte.
Fuad também escreveu três livros de ficção. Um deles, "Cobiça", publicado em 2020, foi alvo de opositores na reta final da campanha, que chamaram o livro de uma obra erótica que fazia apologia ao estupro de uma adolescente. A Justiça Eleitoral derrubou as veiculações da peça na TV e nas redes sociais.
Agências