Novas pegadas de quatro grupos de dinossauros, entre elas a com melhor estado de preservação já encontrada na Formação Guará, foram descobertas por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) durante visitas técnicas na cidade de Rosário do Sul.
Os achados também apontam o segundo registro de Ankylosauria, um grupo de dinossauros herbívoros, quadrúpedes e com membros curtos e poderosos. As pegadas, também chamadas de icnofósseis, registram vestígios de atividades de organismos que viveram no passado e que ficaram preservados em rochas e sedimentos. As informações foram veiculadas no site da universidade.
O trabalho contou com a colaboração dos professores do Instituto de Geociências (Igeo/Ufrgs) Paula Dentzien Dias Francischini e Heitor Roberto Dias Francischini, além do egresso da Ufrgs e atual professor da Universidade Federal de Uberlândia André Barcelos Silveira. Os pesquisadores registraram a descoberta no artigo “Pegadas de dinossauros da Formação Guará (Brasil) lança luz sobre a biodiversidade de um deserto úmido do Jurássico Superior na América do Sul", tradução do nome original do texto, foi publicado recentemente na revista Journal of South American Earth Sciences e faz parte da pesquisa de doutorado de Denner Deiques Cardoso do Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGGeo).
Ao longo dos últimos anos, têm aflorado das rochas da Formação Guará fósseis que registram traços de vertebrados e invertebrados, com destaque para as pegadas de dinossauros atribuídas a terópodes, saurópodes, ornitópodes e anquilossauros.
A pegada mais relevante está registrada em rocha que foi exposta por um riacho e localizada pelo grupo em 2018: nela é possível verificar com perfeição o relevo da pegada do dinossauro, sua morfologia de três dedos (dedo 3, dedo 4 e dedo 2) e a marca de uma garra, fatores que apontam se tratar de um dinossauro carnívoro.
Segundo Paula, pesquisas dessa natureza, feitas dentro das universidades federais, mostram aos pesquisadores a idade da rocha e, consequentemente, a qual tempo geológico aquele fóssil pertence.
Outra função dos fósseis é ajudar os cientistas a entenderem como a vida evoluiu no planeta Terra e como os dinossauros se comportaram com as mudanças climáticas que ocorreram.
Em janeiro,
outra descoberta no Sul do RS lançou luz sobre a
vida de animais pré-históricos na região. Em Jaguarão, o paleontólogo Renato Lopes, acompanhado de pesquisadores da Ufrgs, encontram o
fóssil do fêmur de um mastodonte - tipo de elefante extinto - nas margens do arroio Chuí, em
Santa Vitória do Palmar.
Os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo formam a Era Mesozóica, uma era geológica que se estendeu de 251 milhões de anos a 65,5 milhões de anos no passado. Seu destaque está nos dinossauros, que surgiram durante o Triássico. No Jurássico houve a multiplicação de espécies e da população de dinossauros de modo geral. Durante o Cretáceo esses animais foram extintos em decorrência do impacto de um asteroide.