Estudo conduzido pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale identificou uma possível nova variante do coronavírus. A linhagem, ainda sem nomenclatura, foi descoberta após pesquisa que sequenciou 26 genomas do SARS-COV-2 em amostras coletadas entre o final de abril e a metade de junho. Desse total 20 delas são provenientes de viajantes que cruzaram a fronteira da cidade de Uruguaiana, que liga o Estado e a Argentina.
Entre as demais amostras, quatro foram oriundas da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre e duas que recebidas no próprio laboratório, todas selecionadas para o sequenciamento de alto desempenho.
O pesquisador Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Feevale, destaca a importância desse tipo de vigilância contínua da variação genética. “Quando realizado de forma mais intensa, permite a detecção de novas variantes mesmo logo após seu surgimento, informação que pode ser válida para o combate à pandemia e novos surtos de Covid-19”, explica.
Dentre as mutações observadas, seis chamaram a atenção devido à frequência total em que apareceram nas amostras e que parecem ser assinaturas da provável nova variante, por hora identificada como P.X emergente.
De acordo com o pesquisador, a constante descoberta de novos genomas e possíveis linhagens, assim como o monitoramento de novas mutações, são de especial relevância, principalmente considerando o impacto causado por outras cepas como B117 (Alpha), B1351 (Beta), P1 e B16172 (Delta) no Reino Unido, África do Sul, Brasil e Índia, respectivamente.