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Coronavirus

- Publicada em 16 de Abril de 2021 às 20:23

P1 já circula em 36 cidades do RS e Pelotas registra primeira cepa do Reino Unido

Linhagens do coronavírus em circulação no Estado aumentam,  mas P1 ainda é a principal variante

Linhagens do coronavírus em circulação no Estado aumentam, mas P1 ainda é a principal variante


LOIC VENANCE/AFP/JC
Fernanda Crancio
O Rio Grande do Sul registrou a circulação de mais uma linhagem do coronavírus, a B.1.1.7, chamada de "variante do Reino Unido", com maior poder de transmissibilidade da Covid-19. Identificada em um morador de Pelotas sem registro de viagem nem contato com viajante, no final de fevereiro, a cepa se assemelha ao efeito da P1, já predominante e em incidência crescente no Estado, presente em 36 municípios. As informações constam no quinto Boletim Genômico da vigilância do SARS-COV 2 no Estado, divulgado nesta sexta-feira (16).
O Rio Grande do Sul registrou a circulação de mais uma linhagem do coronavírus, a B.1.1.7, chamada de "variante do Reino Unido", com maior poder de transmissibilidade da Covid-19. Identificada em um morador de Pelotas sem registro de viagem nem contato com viajante, no final de fevereiro, a cepa se assemelha ao efeito da P1, já predominante e em incidência crescente no Estado, presente em 36 municípios. As informações constam no quinto Boletim Genômico da vigilância do SARS-COV 2 no Estado, divulgado nesta sexta-feira (16).
Detectada pela primeira vez em setembro de 2020 no Reino Unido, a nova linhagem apresenta em alguns casos maior severidade da doença e pode escapar dos anticorpos produzidos por algumas vacinas. No Brasil, até o presente momento, a B.1.1.7 havia sido registrada em pacientes no Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro. No caso do pelotense, no entanto, os sintomas apareceram em menor efeito e sem necessidade de hospitalização.
"Apesar de identificarmos a presença dessa nova variante, ela não se mostrou mais agressiva, tanto que não houve internação do paciente", explica a bióloga Tatiana Gregianini, responsável pelo diagnóstico de vírus respiratórios do Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), e uma das coordenadoras do estudo.
Segundo ela, outras amostras serão analisadas para compreender se o caso de Pelotas é importado ou representa a possibilidade de uma transmissão comunitária da variante, ou seja, quando não é possível rastrear a origem da infecção, com o vírus circulando entre as pessoas, independente de terem viajado.
O levantamento mostra ainda que desde a primeira detecção da variante P.1 no Estado, ocorrida em janeiro, essa linhagem aumentou sua proporção entre as amostras sequeciadas, mantendo a predominância no RS. As cepas mais frequentes em território gaúcho são as mesmas do restante do Brasil, B.1.1.33, B.1.1.28- a mais comum dentre a 42 linhagens que circulam no País -, P.2 e P.1.
 No Estado, desde o primeiro registro de Covid-19, em março do ano passado, já foram apontadas 22 linhagens em circulação. Em novembro passado, a P.2 havia aumentado sua presença, mas desde janeiro é a incidência da P.1, a "variante de Manaus", com maior transmissibilidade e poder de contaminação, que predomina. Desde então, 24 novos municípios (veja abaixo) tiveram notificações dessa cepa, como aponta o boletim.
As amostras analisadas foram de indivíduos que moram em 139 cidades gaúchas, de ambos os sexos e faixa etária variada. Segundo o estudo, essa amostragem por conveniência não permite extrapolar a frequência da real proporção das linhagens na população, no entando, permite afirmar que essas variantes estão em circulação no Estado.
Os dados desta edição do boletim foram obtidos na última quarta-feira (14), e consideram amostras coletadas entre 9 de março de 2020 e 19 de março de 2021. "A escolha das amostras para sequenciamento foi baseada na representatividade de todas as regiões geográficas e diferentes faixas etárias, incluindo pacientes internados ou não, além de considerar os atuais indicadores epidemiológicos", informa a análise.
Os pesquisadores informam ainda que o número de linhagens e a classificação das mesmas podem variar entre as diferentes edições do boletim, já que as bases de dados e ferramentas utilizadas para identificar as sequências genômicas são constantemente atualizadas.

Principais variantes do novo coronavírus

Apesar do elevado número de linhagens circulantes, três delas preocupam quanto a alterações no comportamento do vírus:
P.1 - Popularmente conhecida como "variante de Manaus”
 Inicialmente detectada em novembro de 2020, em Manaus (AM). Estudo recente indica que essa linhagem provavelmente possua maior transmissibilidade e capacidade de infecção. Atualmente há registro dessa variante em pelo menos 36  cidades gaúchas, com o primeiro caso detectado em Gramado, no mês de janeiro de 2021.
B.1.1.7 – Popularmente conhecida como "variante do Reino Unido”
Detectada pela primeira vez em setembro de 2020 no Reino Unido, tem uma maior transmissibilidade, uma possível maior severidade da doença e pode escapar dos anticorpos produzidos por algumas vacinas. No Brasil, até o momento, havia registro apenas no Distrito Federal, em Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul houve a primeira identificação no final de fevereiro de 2021, em um morador de Pelotas.
B.1.351 – Popularmente conhecida "variante da África do Sul”
Detectada pela primeira vez em outubro de 2020 na África do Sul, tem uma maior transmissibilidade, e alguns estudos já demonstraram uma possível diminuição da eficácia de diferentes vacinas contra essa variante. Não há registro de identificação no Brasil.

Presença da P.1 no RS

Nesta edição do Boletim registrou-se a ocorrência da variante, pela primeira vez em 24 cidades: Alegrete, Arvorezinha, Bagé, Boqueirão do Leão, Canoas Capela de Santana, Carazinho, Caxias do Sul, Ivoti, Lajeado, Pelotas, Porto Xavier, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, São Borja, São Jerônimo, Seberi, Serão Santana, Taquara, Teutônia, Tramandaí, Três Cachoeiras e Veranópolis.
Anteriormente, a linhagem havia sido identificada em 12 cidades: Alvorada, Canela, Caseiros, Gramado, Gravataí, Imbé, Nonoai, Parobé, Porto Alegre, Torres, Triunfo e Viamão.
Fonte: Boletim Genômico da vigilância do SARS-COV 2 no Estado
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