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Varejo

- Publicada em 06 de Janeiro de 2019 às 21:38

Gaúchos vão às compras para enfrentar o calor

Vendas de aparelhos de ar-condicionado devem crescer cerca de 10%

Vendas de aparelhos de ar-condicionado devem crescer cerca de 10%


/LUIZA PRADO/JC
O forte calor que marcou a virada de ano no Rio Grande do Sul levou os gaúchos às compras. Nas lojas, a semana passada foi marcada pela procura por alternativas às altas temperaturas - em especial, condicionadores de ar e ventiladores. Mesmo sem dados oficiais, entidades estimam que o crescimento nas vendas dos produtos passe de 10% ante 2018, contando com o empurrão dado pelo calor, que ultrapassou os 40 °C nos primeiros dias de 2019.
O forte calor que marcou a virada de ano no Rio Grande do Sul levou os gaúchos às compras. Nas lojas, a semana passada foi marcada pela procura por alternativas às altas temperaturas - em especial, condicionadores de ar e ventiladores. Mesmo sem dados oficiais, entidades estimam que o crescimento nas vendas dos produtos passe de 10% ante 2018, contando com o empurrão dado pelo calor, que ultrapassou os 40 °C nos primeiros dias de 2019.
"Já estava planejada a compra, mas o calor deu um incentivo a mais", conta a porto-alegrense Krisle Ferreira, que, na sexta-feira, pesquisava preços de aparelhos de ar-condicionado em lojas do Centro da Capital. O motivo inicial da busca, segundo Krisle, foi a mudança de residência, mas os planos acabaram acelerados pela dificuldade em conseguir dormir à noite. Na quinta-feira da semana passada, em Porto Alegre, a temperatura ficou acima dos 30°C durante praticamente toda a madrugada, segundo a Metsul Meteorologia, nível atípico para o horário.
Assim como para Krisle, o abafamento fora de hora acaba sendo um disparador nas compras também para outros consumidores, segundo o diretor do Núcleo de Varejo da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL POA), Geovane Konrath. "O calor que vende não é o do dia, mas o da noite. Quando a noite é muito quente, as pessoas não têm um sono tranquilo, e, no outro dia, a procura pelo produto é fora de série", conta Konrath, que é também gerente regional da Magazine Luiza no Estado. O estoque, comenta o diretor, já foi planejado durante o inverno, para evitar ter de correr atrás durante o verão. "Se deixar para a última hora, não aproveita as vendas dos dias quentes", argumenta.
Nas lojas, o movimento cresceu junto com as temperaturas. "Tivemos uma virada considerável com o calor, um volume maior de gente em busca de ar-condicionado do que no ano passado", comenta o gerente de loja da CR Diementz, Marco Olívio, que, por outro lado, argumenta que a procura por ventiladores se manteve relativamente constante, menos impactada pelo mormaço. Outro fato que tem ajudado, segundo Olívio, é a temporada de ofertas do varejo, que se iniciou na semana passada. Gerente de loja da Taqi, Alexandre Correa, também acusa um aumento nas vendas graças ao clima. "O calor muito intenso reflete na linha de ventilação toda", afirma o gerente, que acrescenta, ainda, as piscinas à lista.
Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse lembra que o termômetro é, também, um medidor de vendas. "No inverno, se baixa de 10°C, tem produtos que se sobressaem, como os aquecedores. E, no verão, passou de 30°C, também há uma procura louca por ar-condicionado", comenta Kruse.
O interesse é comum entre ambos, ainda, por fugir da normalidade do setor. "São vendas de impulso, que as pessoas estão sofrendo e resolvem comprar", argumenta Kruse, que acredita que as vendas de condicionadores de ar superem em até 15% as expectativas iniciais, descolando do ritmo dos outros produtores vendidos pelo varejo.

Setor de refrigeração espera ano de resultados melhores do que a frustração de 2018

A "ajuda" das altas temperaturas do início de 2019 é bem-vinda no segmento de refrigeração. Segundo a Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), a expectativa é de crescimento de 5% nas vendas no ano, ritmo que compensaria pelo menos em parte a frustração de 2018. No ano passado, a expansão não passou de 2%, mesmo com projeção inicial que passava dos 10%.
"Tivemos uma demanda muito grande no fim do ano, mas o mercado não foi tão bom assim por vários motivos", afirma o presidente da Asbrav, Eduardo Hugo Müller, que elenca a greve dos caminhoneiros e a retração do consumo em geral como principais justificativas. A corrida no fim do ano, acrescenta Müller, é característica tradicional da Região Sul do País, onde os consumidores balizam suas compras de aparelhos de ar-condicionado pelos picos de temperatura.
O dirigente diz que o setor possui enorme potencial de vendas que poderiam ser realizadas. Enquanto a esmagadora maioria das residências brasileiras possuem refrigerador e televisão, a parcela com aparelho de ar-condicionado não chega a 30%.
Um dos empecilhos segue sendo a questão do consumo de energia elétrica pelos aparelhos, situação que já melhorou muito com a evolução tecnológica, segundo Müller. "É claro que gasta energia, mas se pode minimizar o efeito não gastando à toa. O uso inadequado é o mais complicado, como deixar tudo aberto e achar que vai climatizar", comenta o dirigente.

A tecnologia inverter, que elimina os picos de energia causados pelo desligamento do compressor, reduz em até 50% o consumo de energia, segundo Müller. Outra dica é manter o aparelho em
24°C, que o presidente da Asbrav classifica como a "temperatura de conforto". Em dias com a temperatura acima de 35°C, como na semana passada no Estado, não há motivo para colocar o ar-condicionado em 19°C, segundo Müller, uma vez que o máximo de diferencial em relação à rua que um aparelho pode atingir fica em torno de 12°C.