Com a progressão da pressão sobre a capacidade de atendimento hospitalar em todo o Estado, o governo reforçou, nesta sexta-feira (12), a
manutenção da bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul e a suspensão da cogestão até 21 de março. Esta será a terceira semana consecutiva com alertra de risco altíssimo para a Covid-19, como
já havia adiantado o Executivo na semana passada.
Segundo o Palácio Piratini, mesmo com o aumento de 3% no número total de leitos de UTI e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos casos de Covid-19 em UTI fez com que quase a totalidade dos leitos de tratamento intensivo seguissem ocupados, o que indica operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.
Nesta 45ª rodada do distanciamento controlado, os indicadores colocariam novamente em bandeira vermelha as regiões de Bagé e Pelotas, no entanto, por conta da variação de leitos de UTI, foi acionada a salvaguarda - recurso que evita o colapso da regulação de leitos estadual -, que aplica automaticamente a bandeira preta em todas as regiões.
Bandeira preta seguirá até o dia 21 de março, em todo o Rio Grande do Sul. Arte: Reprodução/Palácio Piratini/JC
Nesta semana, o Estado apresenta falta de um total de 213 leitos de UTI. “Para se ter uma ideia, há 30 dias, tínhamos 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com Covid. Passamos para 2,4 mil pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”, afira o governador Eduardo Leite.
Segundo ele, mesmo tendo ampliado em 137% a capacidade hospitalar desde o início da pandemia, isso não basta para superar a crise sanitária. “Não há país no mundo que tenha conseguido superar o coronavírus, ou pelo menos conviver com o vírus, apenas com aumento de leitos, porque a solução efetiva é a vacina. Como ainda estamos com dificuldade a nível nacional de imunizar massivamente e de forma rápida a população, a situação nos demanda habilidade para melhorar a convivência, buscando equilíbrio entre economia e saúde. Sempre tendo claro que saúde e a vida precisam vir acima de qualquer outra coisa, especialmente em um momento crítico como esse que estamos vivendo”, destacou Leite.
Além disso, a gravidade da situação do RS reflete na piora de todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e capacidade de atendimento hospitalar. Nos últimos sete dias,
1.176 mortes por complicações do novo coronavírus foram confirmadas pela no RS, 276 delas registradas na quinta-feira (11). Por conta disso, o
governador comparou o enfrentamento à Covid-19 a uma verdadeira guerra.