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Publicada em 11 de Abril de 2025 às 18:23

Fundo Regenera RS é destaque em painel do South Summit Brazil

Representantes de iniciativas privadas e filantrópicas compartilharam experiências de resposta à tragédia climática

Representantes de iniciativas privadas e filantrópicas compartilharam experiências de resposta à tragédia climática

Evandro Oliveira / JC
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Amanda Flora
Amanda Flora
No último dia do South Summit Brazil, o evento abordou a retomada do Estado pós-enchentes. No painel “O poder da ação: negócios que ajudaram na reconstrução do RS”, que ocorreu no Corner Stage, representantes de empresas privadas e filantrópicas compartilharam experiências de resposta à tragédia climática que atingiu o Estado. O destaque foi a criação do Regenera RS, um fundo filantrópico colaborativo, organizado pela família Gerdau, que representa uma virada na forma de fazer filantropia no Brasil.Além da participação do Instituto Gerdau, o painel contou com a participação de representantes do Instituto Ling e do Estímulo Fundo de Impacto. Com mediação do jornalista Leo Branco, editor da Revista Exame, a conversa revisitou não só os esforços emergenciais feitos nos primeiros dias da calamidade, mas a articulação de soluções de médio e longo prazo para reconstrução, com foco em habitação, educação, infraestrutura e apoio a pequenos negócios.
No último dia do South Summit Brazil, o evento abordou a retomada do Estado pós-enchentes. No painel “O poder da ação: negócios que ajudaram na reconstrução do RS”, que ocorreu no Corner Stage, representantes de empresas privadas e filantrópicas compartilharam experiências de resposta à tragédia climática que atingiu o Estado. O destaque foi a criação do Regenera RS, um fundo filantrópico colaborativo, organizado pela família Gerdau, que representa uma virada na forma de fazer filantropia no Brasil.

Além da participação do Instituto Gerdau, o painel contou com a participação de representantes do Instituto Ling e do Estímulo Fundo de Impacto. Com mediação do jornalista Leo Branco, editor da Revista Exame, a conversa revisitou não só os esforços emergenciais feitos nos primeiros dias da calamidade, mas a articulação de soluções de médio e longo prazo para reconstrução, com foco em habitação, educação, infraestrutura e apoio a pequenos negócios.
Beatriz Johannpeter, diretora do Instituto Helda Gerdau, explicou que a atuação imediata da empresa ocorreu por meio de parceiros já consolidados, como o Instituto Cultural Floresta e o Banco de Alimentos. No entanto, destacou que o diferencial do Regenera RS foi olhar além da emergência. “Nos estruturamos para uma atuação contínua. Em vez de só doar, buscamos alavancar recursos, cada real filantrópico pode ser multiplicado em até 30 vezes quando bem estruturado”, afirmou.

O CEO do Estímulo Fundo de Impacto, Vinicius Poit, relembrou o início da iniciativa, ainda na pandemia, e como o modelo de crédito rápido, barato e sem garantias, também foi útil para a reconstrução do RS pós-enchentes. “Dessa vez não era só ligar a luz e abrir a porta, porque a porta não existia mais. Precisamos adaptar o crédito à realidade da destruição. Seis meses de carência, 30 para pagar, taxas de 0,99% ao mês, tudo 100% digital”, detalhou Poit.

Sandra Moscovich, diretora de bolsas de estudo do Instituto Ling, falou sobre a complexidade de implementar projetos de infraestrutura em meio ao caos e ressaltou a importância de lideranças comunitárias para viabilizar as ações. “A realidade nos mostrou que muitas comunidades ainda não tinham projetos estruturados, e a presença de lideranças locais foi fundamental. Onde havia articulação, as iniciativas fluíram”. O Instituto Ling, que inicialmente focaria em obras de infraestrutura, expandiu sua atuação, ao colaborar com iniciativas como a construção de casas e realocação de bairros inteiros. “Nosso fundo ainda tem recursos, e a parceria com o Estímulo fez muito sentido. Precisamos apoiar diferentes frentes.”

Ao fim do painel, os participantes refletiram sobre o futuro desses projetos e de crises causadas pelas mudanças climáticas. “Não é só sobre reconstruir, mas como evitar que isso aconteça de novo”, disse a representante do Ling. Beatriz, da Gerdau, complementou: “precisamos mudar culturalmente. A educação para resiliência e soluções urbanas preparadas para eventos climáticos extremos devem fazer parte do nosso legado como empresa”.

Já Poit reforçou o papel de fundos como o blended finance - estratégia que usa doações filantrópicas para atrair investidores privados. “É uma forma de multiplicar impacto e criar soluções financeiras que cheguem onde o sistema tradicional não alcança. Precisamos inspirar outras iniciativas.”

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