Até o final desta semana o governo do Estado
deve publicar decreto autorizando a retomada das atividades das empresas de espetáculos e eventos no Rio Grande do Sul. “Pelo menos esta foi a promessa que o governador Eduardo Leite fez ao setor, em uma live ocorrida no último dia 24 de setembro”, afirma o sócio-diretor da Opinião produtora, Rodrigo Machado. Ele integra um movimento realizado pela iniciativa privada, em prol da reabertura de locais de entretenimento, que estão fechados desde março, por conta do isolamento social necessário para conter a
pandemia de Covid-19.
Líder do grupo Live Marketing RS, ele argumenta que o evento teste realizado no Araújo Vianna na noite do último dia 13 de setembro – que contou com autorização da Prefeitura – foi bem sucedido. Na ocasião,
o cantor Serginho Moah realizou um show para cerca de 400 pessoas. “Agora estamos na expectativa de o Estado possa acatar a realização de shows e eventos com público reduzido a 50% da capacidade de todos os locais aptos a cumprirem os protocolos”, sinaliza o empresário.
Jornal do Comércio - Qual a expectativa da empresas de espetáculos e eventos, após o evento-teste, realizado no Araújo Vianna, para validar os protocolos de retomada das atividades do setor?
Rodrigo Machado - Nossa estimativa é de que o governador Eduardo Leite assine decreto ainda esta semana, conforme prometeu ao setor, em uma live realizada no último dia 24 de setembro, onde falou sobre liberação dos shows e eventos de cultura. Na ocasião, ele afirmou que ocorreria na primeira semana de outubro para cidades que estejam há duas semanas na bandeira laranja e com atividades escolares retomadas. É exatamente como está Porto Alegre no dia de hoje. Mas a maior expectativa é no quesito capacidade. Solicitamos a ele que seja de 50%, mas estamos um pouco receosos, porque no decreto do dia 21/10 os eventos corporativos ficaram restritos a um teto de 300 pessoas na bandeira laranja – o que não é bom, mas já é um primeiro passo. Esperamos que a liberação saia dentro do que pedimos, que é de redução da capacidade em 50% do PPCI desde os que lugares sejam marcados e com distanciamento controlado. Foi assim o evento-teste do Araújo Vianna, preparado para receber 1,5 mil pessoas, que é a metade do volume original.
JC - Mas o evento teve 400 pessoas presentes...
Machado - Sim, nós preparamos a estrutura para receber 1,5 mil, mas convidamos somente 400 pessoas e colocamos 1,1 mil balões para preencher os outros lugares. A aprovação foi boa, até porque ali tem ventilação cruzada, devido às laterais do local, que são todas abertas – então não tem como o ar não para ali.
JC - E no caso de locais fechados? Como funcionaria?
Machado - Bom, estamos falando de casas de shows, teatros e cinemas de ampla estrutura, que tenham ar condicionado para fazer o ar circular. Temos claro que neste primeiro momento não vai ser possível abrir para lugares em pé, como o Opinião ou o Pepsi on Stage. Aí, vamos para um segundo fator, que é poder contar com o apoio da Prefeitura no sentido de visitar estes locais para verificar a infraestrutura e conceder uma espécie de alvará provisório ou um certificado no caso de empreendimentos aptos a trabalharem com metade da sua capacidade. Estamos inclusive pensando em conversar com o prefeito (Nelson Marchezan Junior).
JC - O grupo Live Marketing RS já tem alguma sinalização do Município neste sentido?
Machado - Estamos em contato com a Secretaria da Saúde e com o Escritório de Eventos de Porto Alegre desde a semana passada. Pedimos aos responsáveis para que não se restrinja o decreto estadual. Estamos de portas abertas, dialogando bastante para que a retomada seja imediata, inclusive porque a Capital está cada vez melhor em termos de dados sobre a Covid-19.
JC - O setor coleciona muitos prejuízos? Como estão os negócios da Opinião Produtora neste cenário de pandemia?
Machado - Seguimos fechados, mas não demitimos ninguém. Apenas transferirmos as datas de mais de 40 shows nacionais e cancelamos quatro shows internacionais – até porque os artistas ficaram receosos de não terem como voltar aos países de origem depois das apresentações, pois foi bem no início da pandemia. Mas não tivemos prejuízos porque o valor dos ingressos vendidos não foi devolvido (baseados na legislação que viabiliza isso por 12 meses).