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Economia

- Publicada em 05 de Maio de 2020 às 11:10

Comércio, autônomos e profissionais liberais ensaiam reabertura das portas em Porto Alegre

Estabelecimentos de rua começaram a reabrir na manhã desta terça (5/4), como na Avenida Azenha

Estabelecimentos de rua começaram a reabrir na manhã desta terça (5/4), como na Avenida Azenha


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Thiago Copetti
Liberados para reabrir as portas e trabalhar a partir desta terça-feira (5) em Porto Alegre, microempresas, profissionais autônomos, academias e o comércio de rua em geral testam a partir de agora como será o trabalho em tempos de pandemia. Lojas de bairro, fechadas desde meados de março, ensaiaram nesta manhã como será a retomada das atividades. A abertura de pontos de venda em shoppings centers segue restrita às atividades essenciais.
Liberados para reabrir as portas e trabalhar a partir desta terça-feira (5) em Porto Alegre, microempresas, profissionais autônomos, academias e o comércio de rua em geral testam a partir de agora como será o trabalho em tempos de pandemia. Lojas de bairro, fechadas desde meados de março, ensaiaram nesta manhã como será a retomada das atividades. A abertura de pontos de venda em shoppings centers segue restrita às atividades essenciais.
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Na Avenida Azenha, um tradicional polo de comércio de rua da cidade, apenas parte do varejo começou a operar na manhã desta terça. Ainda timidamente, alguns comerciantes testavam a retomada dos negócios na incerteza de como serão as vendas e o fluxo de clientes. A loja 3 Estrelas era uma que retomava o atendimento ao público próximo das 10h da manhã desta terça, ainda cercada de portas fechadas e incertezas.
“Em março eu tinha contas para pagar, agora eu tenho dívidas. Vou reabrir para poder pagar o que devo, manter até o final do ano, se der, e fechar definitivo depois”, contou, com os olhos mareados, a empresária Ieda Klemberg.
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Ieda Klemberg pensa em fechar loja depois de acumular dívidas e contas atrasadas. Foto: Thiago Copetti/ Especial/ JC
Mostrando as contas que recolheu enquanto abria as portas, e que se somava a outras no outras no balcão e acompanhada de duas funcionárias com máscaras, Ieda chorou ao lembrar dos últimos 45 dias sem poder trabalhar. Teme que uma nova onda de pandemia leve novamente ao fechamento da loja de roupas, em breve ou futuramente.
“E se tivermos outra doença assim depois? Hoje, o que eu tenho são contas atrasadas e as mercadorias dentro da loja. E muitas ainda tenho que pagar aos fornecedores”, lamentava Ieda.
Não muito distante de Ieda, também com comércio de roupas, mas em uma rua pequena, no Bairro Santana, Tatiane Luís também amargou noites sem dormir pensando em quando voltaria a tocar o negócio aberto poucos dias antes da determinação de fechamento do comércio em todo o Rio Grande do Sul, em 18 de março. A Boutique Belas Clothes, na rua Leopoldo Bier fez sua estreia no início de março e cerrou as portas duas semanas depois.
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Tatiane Luís precisou fechar as portas devido à pandemia, duas semanas depois da inauguração. Foto: Thiago Copetti/ Especial/ JC
“Foram 45 dias de preocupação, que ainda vivemos,né? Reabri as portas, mas quem sabe como vai se fluxo de pessoas? O que elas vão comprar,se estão preocupadas com dinheiro para comprar comida? As duas primeiras semanas que quase não dormia”, relata a empresária.
Apesar de ter previsto que o negócio inicial precisaria de capital giro para sobreviver antes de conseguir uma clientela mais cativa, Tatiane diz que o calculo feito previa ao menos algum ingresso de recursos, e não apenas saída. Mas ressalta que ao menos contou com a ajuda pronta do dono do imóvel, que reduziu o aluguel do ponto pela metade até o final da pandemia.
“Reabri com horário reduzido e muita preocupação. Trabalho com roupas, que é uma compra que muitos vão reduzir, contava pessoas que trabalham no entorno passando pela frente da loja. Até fiz vendas por redes sociais, mas poucas, porque eu ainda não tinha nem uma carteira de clientes”, relata Tatiane.
A flexibilização é um alento para os pequenos comércios, diz o presidente do Sindilojas Porto Alegre, e vice-presidente da Fecomércio, Paulo Kruse, mas que ainda tem uma longa crise a ser enfrentada pela frente. Apesar de ressaltar que grande parte do varejo chegará a completar 60 dias sem operar, e que as vendas seguirão fracas devido a crise mesmo para quem abre as portas, Kruse elogia a medida que permitiu esse retorno parcial. Mas critica empresários que estão reabrindo irregularmente.
"Pelo limite de faturamento, são realmente os pequenos que podem trabalhar. Quem fatura mais de R$ 30 mil por mês está fora da permissão. Infelizmente, há quem não está respeitando a regra, abrindo sem poder. Assim, estão desrespeitando também os empresários corretos, que seguem com as portas fechadas. É como se estivessem furando a fila, ma criticam a corrupção", lamenta Kruse, lembrando que a prefeitura vem realizando fiscalizações e multando irregulares.
Retomada gradual
Veja abaixo o que pode operar na Capital e de que formas, de acordo com o Decreto Nº 20.564, de 2 de maio, e com regras válidas a partir de 5 de maio
  • Passa a ser permitido o trabalho de profissionais autônomos, profissionais liberais, bem como os microempreendedores individuais e as microempresas, a partir das 9h, o que abrange agora também o comércio (como bazar, lojas de roupas, materiais esportivos, etc...) de serviços não essenciais academias (de individualizada, sempre limitada a um aluno por vez)
  • No caso de centros de treinamento, centros de ginástica, clubes sociais fica permitido o funcionamento das instalações apenas para o condicionamento físico dos respectivos atletas profissionais contratados, observado o distanciamento mínimo dois metros entre os mesmos, sendo vedado, em qualquer caso, contato físico ou aglomerações.
  • Segue vedado o uso de salões de festa, quiosques, espaços gourmet, salões de jogos, salas de cinema, espaços de recreação e piscinas em condomínios residenciais. As áreas para a prática de exercícios físicos devem ser utilizadas por apenas uma pessoa por vez, podendo ser acompanhada por profissional, observadas as regras de higienização e o distanciamento interpessoal de, no mínimo, dois metros.
  • O funcionamento dos estabelecimentos comerciais e de serviços em geral deve ser realizado com equipes reduzidas e com restrição ao número de clientes atendidos concomitantemente, observado o distanciamento interpessoal mínimo de dois metros entre os presentes nas áreas de trabalho e de circulação, sendo obrigatório o fornecimento de máscara de proteção facial aos trabalhadores para o deslocamento em transporte coletivo.
    Os estabelecimentos comerciais e de serviços em geral que possuam sala de espera para atendimento deverão observar e assegurar o distanciamento mínimo entre os presentes e disponibilizar álcool em gel 70%.
  • Seguem suspensas as atividades presenciais de ensino infantil, fundamental, médio e superior, de estabelecimentos públicos e privados, inclusive para escolas e estabelecimentos de ensino em geral, como cursos de idiomas, esportes, artes, culinária e similares.
  • Passa a ser permitido o ensino individual de música, dança e artes.
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