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Publicada em 24 de Abril de 2025 às 00:25

Negociação de paz trava após recuo dos EUA e rejeição da Ucrânia

Volodymyr Zelensky reiterou que não aceitará ceder território, afirmando que "não há o que discutir, é a nossa terra"

Volodymyr Zelensky reiterou que não aceitará ceder território, afirmando que "não há o que discutir, é a nossa terra"

Tetiana DZHAFAROVA/AFP/JC
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Agências
As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia enfrentaram novo revés após o cancelamento de uma reunião de alto nível em Londres. O encontro, que contaria com diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Ucrânia, foi reduzido a representantes de menor escalão após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, desistir da viagem.
As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia enfrentaram novo revés após o cancelamento de uma reunião de alto nível em Londres. O encontro, que contaria com diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Ucrânia, foi reduzido a representantes de menor escalão após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, desistir da viagem.
O vice-presidente norte-americano, JD Vance, afirmou que as tratativas chegaram a um "momento da verdade" e defendeu uma proposta que congelaria as linhas territoriais próximas às atuais, exigindo concessões de ambos os lados, o que foi prontamente rejeitado por Kiev.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou que não aceitará ceder território, afirmando que "não há o que discutir, é a nossa terra". A proposta dos EUA, discutida também em Paris, permitiria que a Rússia mantivesse controle sobre áreas ocupadas, como Crimeia, Donetsk e Kherson.
Moscou, por sua vez, rejeitou um cessar-fogo imediato de 30 dias ao impor exigências amplas. Apesar do recuo dos EUA, a delegação ucraniana chegou a Londres e reiterou o compromisso com uma solução pacífica. "A Ucrânia segue empenhada na busca por um cessar-fogo total e incondicional", disse Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial.
Enquanto isso, os combates continuam intensos. Um ataque de drone russo matou nove pessoas em Marganets nesta quarta-feira. Analistas apontam que a Rússia, com vantagem no campo de batalha, não tem urgência em negociar.
Já aliados europeus dividem-se entre preservar a integridade territorial da Ucrânia e buscar um cessar-fogo.
 

Trump critica as declarações de Zelensky sobre a Crimeira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a Crimeia, chamando-as de "inflamatórias" e prejudiciais às negociações de paz com a Rússia. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que o líder ucraniano "está se gabando na primeira página do Wall Street Journal" ao dizer que "a Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia. Não há nada para discutir aqui".
Para Trump, esse tipo de postura "é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, já que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente 'Barack Hussein Obama', e nem sequer é um ponto de discussão". Ele argumentou que "ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo", mas provocou: "se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela 11 anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem um tiro ser disparado?"
O republicano também sugeriu que a Ucrânia deveria buscar um acordo em vez de prolongar o conflito. "A situação da Ucrânia é desesperadora. Ele pode ter paz ou lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", escreveu. Segundo Trump, "estamos muito perto de um acordo, mas o homem sem 'nenhuma carta na mão' deveria, finalmente, resover isso". Trump ainda declarou que não tem ligações com a Rússia.

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