O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), recuou da ideia de indicar um de seus filhos para a Secretaria de Comunicação (Secom). Segundo ele, o vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) é uma pessoa "extremamente competente", mas a nomeação poderia ser vista como nepotismo. "Nunca pratiquei isso (nepotismo), não me interessa fazer. A tendência é esse assunto morrer", declarou Bolsonaro em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
O presidente eleito reforçou a declaração feita ao site Antagonista nesta quarta-feira, de que gostaria de nomear o filho ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, mas que sabia que ele "dificilmente aceitaria".
Segundo Bolsonaro, Carlos estaria "estudando os prós e contras" da ideia de ser nomeado para a Secom, sabendo que "isso pode ser um tremendo desgaste". "Mas ele é a fera das mídias e tem sangue na boca. Tem tudo pra dar certo", prosseguiu Bolsonaro, acrescentando que "não se trata de prêmio de consolação".
Após declarações do futuro ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, de que ajudaria nas decisões sobre a Secom, Carlos anunciou nesta quinta-feira que encerrará sua contribuição direta à equipe de transição e que retomará sua atuação parlamentar após três meses de licença não remunerada.
"O meu ciclo de tentar ajudar diretamente chegou ao fim. São 18 anos de vida pública dedicados ao que acredito. Estes últimos 3 meses de licença não remunerada para acompanhar o que sempre acreditei se encerram. Semana que vem volto às atividades na Câmara de Vereadores do Rio", escreveu o vereador, que foi um dos responsáveis pela estratégia digital da campanha presidencial de Bolsonaro.