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Desenvolvido na UPF, retinógrafo portátil de baixo custo é um dos produtos patenteados e já em uso

Desenvolvido na UPF, retinógrafo portátil de baixo custo é um dos produtos patenteados e já em uso


/CAROLINA LIMA/UPF/DIVULGAÇÃO
Quando a médica oftalmologista Daniela Higuchi chegou ao UPF Parque, na Universidade de Passo Fundo, ela trazia consigo o conhecimento prático das dificuldades para garantir acesso a exames oftalmológicos em locais onde não era possível ter um consultório médico plenamente equipado. Ela tinha a ideia do que queria. Restava desenvolver um produto com a tecnologia, o desenho e a aplicabilidade necessárias para se tornar uma realidade. Nascia ali uma startup incubada pela instituição de Passo Fundo.
Foram dois anos de desenvolvimento para que o retinógrafo portátil de baixo custo - 15 vezes mais barato do que o equipamento tradicional - se tornasse um dos quatro produtos hoje patenteados e já em uso por prefeituras da região, a partir do desenvolvimento na UPF.
"Era o resultado de uma pesquisa de pós-graduação na universidade, e na nossa cidade, que é um polo de saúde. O ambiente do UPF Parque permite essa busca de soluções vivas e plenamente aplicáveis no dia a dia. Todo o desenvolvimento, a busca por parcerias, a partir de uma ideia, o aluno ou o pesquisador encontra dentro do Parque. Nós sempre temos presente no nosso trabalho a força da matriz produtiva da região. Digamos que estamos sempre de olho no nosso quintal para continuarmos sendo uma referência na busca de soluções inovadoras", explica a diretora do UPF Parque, Téo Girardi.
Além do retinógrafo, pelo menos outros dois produtos na área da saúde estão em fase final de desenvolvimento por startups que trabalham no UPF Parque. Uma delas, desenvolveu um aplicativo de gestão hospitalar, e a outra, uma solução para tratamentos de pele.
Mas a saúde não é a única demanda no parque tecnológico que completa 10 anos em 2023. Atualmente, são 43 empresas atuando ali, algumas delas, residentes. Outras, vão além da residência. É o caso da Stara.
O Stara Labs, que é o centro de desenvolvimento das tecnologias que estarão embarcadas no maquinário da montadora gaúcha, é residente do Parque, em uma experiência que começou a partir de uma demanda específica para o desenvolvimento de um software. Hoje, a Stara mantém um mestrado na universidade, com acesso a protótipos da indústria que são desenvolvidos nos laboratórios do Parque.
"Para o aluno da universidade é excelente. Eles têm nesse espaço um contato vivo com o mercado, de fato. A Stara é um dos casos de empresas que têm se aproveitado muito dessa qualificação desenvolvida aqui dentro para empregar ou oferecer estágios nas suas operações. Situação semelhante acontece na parceria com a Cavaletti, de Erechim, que desenvolve na universidade as suas inovações", aponta Téo.
Em breve terá início outra etapa deste processo de inovação na economia da região, estimulada pela universidade. Serão investidos R$ 13 milhões, com pouco mais de R$ 10 milhões em recursos federais, para a construção do UPF Valley, que será um novo espaço para que as indústrias e demais empresas locais instalem-se de maneira conectada, em um chamado "living lab".
"É um novo modelo de negócio, abrindo espaços para a estrutura física das empresas, mas não de maneira fechada, com muros entre elas. A ideia é que este espaço seja um distrito de inovação, para ter empresas e serviços abertos e conectados", explica a diretora.