NEsta quinta-feira (13), o governo da Argentina classificou os protestos realizados por torcidas organizadas e aposentados em Buenos Aires de "tentativa de golpe de Estado" e disse que continuará reprimindo-os. As declarações foram feitas pelo chefe de gabinete de Milei, Guillermo Francos, que também criticou a Justiça por liberar todos os detidos durante as manifestações.
Os atos aconteceram na quarta (12) e acabaram em confrontos entre manifestantes e policiais que resultaram em 110 presos e 40 feridos - um deles, o fotógrafo Pablo Grillo, está em estado grave. Segundo Francos, os manifestantes "usaram a violência como instrumento" durante o protesto. "O que eles estão tentando alcançar é uma espécie de golpe de estado", disse.
Nesta quinta, 114 detidos foram libertados pela juíza Karina Andrade. Na decisão, reproduzida pelo jornal argentino Clarín, a juíza alega que as prisões "afetam direitos constitucionais fundamentais, como o direito de protesto, de manifestação em democracia e liberdade de expressão", assegurados pela Constituição argentina.
Ela acrescenta que as prisões foram feitas sem informações sobre hora e local e de qual crime havia sido cometido. "Na maioria dos casos, o local da prisão não foi informado, aludindo genericamente 'aos eventos no Congresso Nacional'". Segundo o Clarín, quatro pessoas seguem presas por porte ilegal de armas de fogo e facas.
Após a libertação, Francos afirmou que o judiciário deveria aplicar a lei "com mais severidade" e que as autoridades analisarão imagens de vídeos para identificar os manifestantes que agiram com violência. O ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, também criticou a decisão da juíza. Para ele, a sentença vai ser revista pelo Conselho Municipal de Justiça de Buenos Aires. "Os barra bravas (membros de torcidas organizadas) são criminosos que foram ao Congresso para destruir tudo ao seu alcance e atacar a polícia. Isso não foi um protesto ou exercício de liberdade de expressão".