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ensino superior

- Publicada em 22 de Julho de 2022 às 13:40

Estudantes e professores repudiam desativação de PPGs e demissões na Unisinos

Em resposta à decisão, a comunidade universitária prevê ato na Unisinos para terça-feira

Em resposta à decisão, a comunidade universitária prevê ato na Unisinos para terça-feira


MARCO ANTÔNIO FILHO/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Soprana
Matéria atualizada às 16h10min
Matéria atualizada às 16h10min
Nesta semana, estudantes e professores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) foram surpreendidos com um anúncio: inúmeros Programas de Pós-Graduação (PPGs) não serão mais oferecidos pela instituição. A consequência da decisão é a demissão em massa dos profissionais da instituição, relata a comunidade universitária.
Pelas redes sociais, o corpo docente e estudantil da Unisinos lamentou as desativações. "Fomos surpreendidos com o desmonte dos PPGs da Unisinos. A informação concreta que temos é do encerramento do PPG de História e do de Geologia, mas ficamos sabendo que outros também serão encerrados", constata o Diretório Central de Estudantes (DCE).
Em nota enviada ao JC na tarde desta sexta, a Unisinos afirma que 12 PPGs foram desligadas. Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), os programas são dos cursos de Linguística Aplicada, Comunicação, Psicologia, Biologia, História, Ciências Sociais, Economia, Geologia, Ciências Contábeis, Arquitetura, Enfermagem, Engenharia Mecânica.
O posicionamento da Unisinos foi enviado ao Jornal do Comércio na tarde desta sexta-feira (22).
Carta assinada pelo reitor da Unisinos, Sergio Eduardo Mariucci, foi enviada aos funcionários da instituição na segunda-feira (18). O texto contextualiza e apresenta o Planejamento Estratégico para os anos de 2022 a 2025.
"Trata-se de projetar um modelo de Unisinos que consolide as conquistas das gestões passadas e nos propulsione com segurança, criatividade e coragem para as próximas décadas. Estas decisões tendem a fortalecer principalmente a Graduação, mas também a Pós-Graduação e a Extensão. É preciso entender esse fortalecimento como um exercício de revisão do nosso modelo e não apenas como uma estratégia temporária de recuperação financeira. Entendo que nosso portfólio de cursos e programas carecia há mais tempo de uma adequação, que se tornou agora premente pela crise econômica", diz a reitoria no documento.

A doutoranda em Economia, Karen Michels, relata que a comunidade estudantil começou a ser comunicada sobre os encerramentos na quarta-feira (20). Segundo a pós-graduanda, cada PPG afetado vem realizando reuniões com a coordenação ao longo da semana.
"Foi uma surpresa enorme, pois tinha processo seletivo aberto. As inscrições estavam ocorrendo, as aulas programadas, os professores orientando e até divulgando os processos seletivos. Nos parece uma decisão unilateral que partiu da reitoria e da alta administração. Não fica claro o motivo. A carta do reitor somente justifica que se deve ao Planejamento Estratégico", afirma Michels.
Em resposta à decisão, estudantes e professores se mobilizam em ato previsto para terça-feira (26). A concentração começará às 16h no acesso 2 da Unisinos.
“Queremos a permanência dos PPGs e que se for para ter uma reestruturação que seja construída com a presença do corpo docente e discente; e a readmissão dos professores e continuidade das pesquisas em andamento, até pelo menos a finalização delas”, explica Michels, que integra a mobilização.
Segundo a doutoranda, o grupo tenta contato com a reitoria para tratar do assunto. Ainda não foi discutida a possibilidade de próximos atos e mobilizações.
O diretor do Sinpro/RS, professor Marcos Fuhr, afirma que, no total, 40 professores serão demitidos da instituição de ensino. Fuhr lamenta as demissões, mas diz que seria inevitável que a Unisinos as fizesse, em razão das políticas de cortes de verbas da pesquisa, por parte do governo federal.
"O sindicato, enquanto representação das instituições privadas, já havia sido informado das demissões. No entanto, o sindicato está impactado pelo número de desligamentos e pela abrangência destes. O Sinpro sabe que os cursos desligados são deficitários, e isto está ligado à política adotada pelo governo federal, isto é consequência direta dos reiterados cortes de verbas das pesquisas e da falta de financiamento público no ensino superior", afirma o diretor.

O professor ainda ressalta que, se o governo federal seguir a política de cortes no ensino superior, mais demissões e desligamentos de cursos podem ocorrer tanto na própria Unisinos, quanto em outras universidades privadas.

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