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Publicada em 09 de Abril de 2025 às 18:39

Precariedade da malha férrea gaúcha permanece após quase um ano das enchentes

Concessão atual da rede ferroviária no Estado termina em 2027

Concessão atual da rede ferroviária no Estado termina em 2027

TÂNIA MEINERZ/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Prestes a completar um ano das enchentes, um dos setores que ainda não se recuperou dos impactos da catástrofe climática no Rio Grande do Sul foi o ferroviário. O assunto foi discutido em audiência pública promovida nesta quarta-feira (9) pela Comissão de Economia da Assembleia Legislativa.
Prestes a completar um ano das enchentes, um dos setores que ainda não se recuperou dos impactos da catástrofe climática no Rio Grande do Sul foi o ferroviário. O assunto foi discutido em audiência pública promovida nesta quarta-feira (9) pela Comissão de Economia da Assembleia Legislativa.
O evento proposto pelo deputado estadual Miguel Rossetto (PT) serviu, de acordo com o parlamentar, para mostrar a gravidade da situação que se encontra o Estado quanto ao atendimento do modal ferroviário. “O Rio Grande do Sul, hoje, não tem conexão com o Brasil por ferrovia”, frisa o deputado. Ele detalha que esse cenário se deve pela falta de manutenção de trechos, como a ligação Lages (SC) e Roca Sales (RS), afetados depois das enchentes.
Também foi destacado que o Rio Grande do Sul possui uma malha de aproximadamente 3,3 mil quilômetros de linhas e ramais ferroviários e, atualmente, cerca de 1,5 mil quilômetros estão desativados ou com atividades suspensas. Rossetto cita como exemplo de dificuldade enfrentada no pós-enchente o caso da empresa Braskem, que antes das cheias trazia por ferrovia para o Estado o etanol necessário para fabricar o polietileno verde. Como os trens que traziam o álcool para o Rio Grande do Sul não tinham mais condições de chegar ao polo petroquímico de Triunfo, o transporte do líquido começou a ser feito pelo modal rodoviário. Isso, aponta o deputado, significou 12 mil caminhões rodando ao ano para suprir essa demanda.
Rossetto enfatiza que a situação das ferrovias já era precária e somente piorou com as enchentes. Ele considera que a estrutura férrea da região Sul do País foi abandonada pela atual concessionária, a empresa Rumo. A companhia detém a concessão da malha ferroviária gaúcha até 2027. Para Rossetto, é uma responsabilidade dos governos e dos órgãos reguladores que uma nova concessão não possibilite a falta de investimentos.
Uma nova audiência sobre o assunto ferrovias deverá acontecer em junho, na Assembleia Legislativa. Em nota, a Rumo manifestou que “dada a complexidade e abrangência da situação, a empresa segue em diálogo com o governo federal (poder concedente) e demais autoridades competentes do setor para avaliação conjunta do cenário”.

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