Com quatro usinas para geração de energia eólica offshore (no mar) a serem desenvolvidas na costa gaúcha tramitando no Ibama, a Shizen Energia do Brasil (empresa do Shizen Energy Group, que tem sede no Japão) planeja fazer um robusto investimento no Estado. Como os projetos no Rio Grande do Sul somam 12 mil MW de capacidade instalada (o que corresponde a cerca de 6% de toda a potência de produção de energia do Brasil hoje) e a companhia calcula de R$ 13 bilhões a R$ 16 bilhões por cada 1 mil MW implementado, o aporte na iniciativa ultrapassaria o patamar dos R$ 150 bilhões.
Os empreendimentos Farol de Mostardas, Querência, Taim e Barra do Chuí ingressaram com o processo de licenciamento ambiental no Ibama em julho do ano passado. Os parques estão previstos para serem construídos entre as regiões de Mostardas e Santa Vitória do Palmar. Dando continuidade às ações para a concretização das usinas, na tarde desta quinta-feira (6) representantes da Shizen Energia do Brasil reuniram-se com o governador Eduardo Leite, no Palácio Piratini. A imprensa não pôde acompanhar o encontro, porém, conforme ofício encaminhado pela empresa para agendar o evento, a ideia era apresentar os projetos e planos da companhia.
O documento frisa que a companhia almeja o apoio do Estado, “de modo que a regulação federal do setor seja acelerada com o lançamento do Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração de Energia”. Também foi solicitado o auxílio para a definição das premissas dos leilões de áreas (onde serão instalados os parques) e da comercialização da produção da energia dessas usinas.
Ainda segundo o texto, “vale destacar que os projetos de geração de energia offshore contemplam a utilização do porto de Rio Grande, tanto para o período de construção quando de operação dos projetos, de modo que sua infraestrutura é extremamente relevante para o setor e naturalmente para os projetos em estudo pela Shizen. É importante também que o Estado viabilize a operacionalização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) tanto para a geração da energia quanto para produção de hidrogênio verde, viabilizando maior interesse em investir na área”.
Sobre prazos para o começo e finalização das obras das usinas, a gerente de Desenvolvimento de Eólicos Offshore da Shizen Energia do Brasil, Edisiene Correia, comenta que é cedo para fazer uma projeção. Ela explica que os projetos foram submetidos ao Ibama, entretanto não é possível garantir um cronograma de implantação, visto que o governo federal ainda não tem previsão de término da regulação necessária ao setor.
Além dos complexos a serem implementados no Rio Grande do Sul, a Shizen possui mais dois empreendimentos eólicos offshore tramitando no órgão ambiental, que somam 6 mil MW, a serem instalados na costa cearense. Atualmente, no total do País, são 74 projetos dessa natureza de diversas companhias que estão com procedimentos de licenciamentos abertos no Ibama e que representam uma capacidade de 182.988 MW. O Rio Grande do Sul é o estado que soma a maior potência, com 58.679 MW, e divide a liderança em quantidade de iniciativas com o Ceará, com 22 usinas.