O governador Eduardo Leite já acionou o autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que retira a exigência de plebiscito para a
venda de estatais, entre elas a Corsan. A medida, caso seja aprovada pelos deputados, atinge também o Banrisul. Leite diz que solicitou ao deputado Sérgio Turra (PP) para que a matéria ganhe preferência na apreciação da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
"Esperamos que se possa aprovar rapidamente", indicou o chefe do Piratini.
Será preciso o voto de dois terços da Casa para aprovar o fim da exigência. Caso obtenha resultado favorável, o governo enviará um Projeto de Lei pedindo autorização para a desestatização da companhia de saneamento. No começo de 2019, Leite conseguiu aprovar a PEC 272 que
eliminou o plebiscito para vender a CEEE, Sulgás e CRM.
Sobre a mudança de posição da campanha eleitoral, quando disse que não privatizaria a estatal, Leite alegou: "Rompo a palavra. O que está em jogo é o prejuízo ao Estado. A Corsan pode trilhar o mesmo caminho da CEEE", alegou o chefe do Piratini.
"Mudaram a regra do jogo e as circunstâncias e precisa mudar a posição. Sei que vão ter os ataques, que fazem parte do prejuízo político. Neste caso, o prejuizo é meu", arrematou o governador, que já manifestou que não pretende disputar a reeleição e já posicionou seu nome como alternativa de Centro em uma eventual candidatura à Presidência da República em 2022.
Leite lembrou que espera ataques políticos e cobranças por não honrar a palavra."Farei todo o esforço para explicar que a população entenda."
Piratini e Corsan estipularam o teto de outubro para bater o martelo, que marca o ato simbólico da oferta de capital, já com o resultado da captação no mercado. Um dos motivos para fazer todos os procedimentos em sete meses é não perder tempo devido a uma esperada oferta de possibilidade de operações de saneamento para investidores, observou Leite.
A maior oferta está diretamente ligada ao novo marco do setor. Com mais metas de entrega, buscar recursos privados será um movimento generalizado no País, ainda mais em unidades da federação com maior déficit de estrutura, o que deve gerar maior retorno para os capitais investidos. O retorno será por meio de ingresso de mais clienets atendidos pelos serviços.
"O Estado tem interesse de sair na frente. Há um apetite enorme pelo setor. Vai ter muitas empresas interessadas, o que popssibilitará mais ágio pelas ações", associa o governador. "Temos de fazer antes que outros estados façam as suas ofertas."