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Publicada em 25 de Abril de 2025 às 14:43

Após escalada da disputa tarifária, China reduz compras de soja e carne suína dos EUA

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o país asiático suspendeu aquisição de 12 mil toneladas de carne suína

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o país asiático suspendeu aquisição de 12 mil toneladas de carne suína

Pedro Pardo/AFP/JC
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Agências
A China reduziu suas compras de soja dos EUA e cancelou compras de carne suína, segundo dados semanais do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Caso essa tendência persista, analistas acreditam que os preços de commodities agrícolas ficarão sob forte pressão.
A China reduziu suas compras de soja dos EUA e cancelou compras de carne suína, segundo dados semanais do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Caso essa tendência persista, analistas acreditam que os preços de commodities agrícolas ficarão sob forte pressão.
De acordo com o USDA, o país asiático suspendeu compras de 12 mil toneladas de carne suína dos EUA na semana encerrada em 17 de abril. Além disso, o USDA informou que a China comprou apenas 1,8 mil toneladas de soja no período, um número muito inferior às 72,8 mil toneladas compradas na semana finalizada em 10 de abril.
Os dados, divulgados na última quinta-feira (24), são os primeiros que abrangem uma semana completa de vendas após a recente escalada da disputa tarifária entre EUA e China. No início deste mês, o presidente Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses para 84%, valor que depois foi elevado para 145%. Isso levou a China a responder com uma tarifa de 125% sobre produtos dos EUA.
"Se tivermos grandes cancelamentos novamente na próxima semana, eu espero uma reação mais forte do mercado", disse Karl Setzer, da Consus Ag Consulting, referindo-se à suspensão das compras de carne suína pela China. Apesar disso, muitos traders e analistas preferem esperar antes de tirar conclusões sobre a demanda futura da China, que é o maior comprador de soja dos EUA e um importante destino para a carne suína americana.
 
"A maioria das pessoas com quem falo acredita que 'uma semana não representa uma tendência'", disse o presidente da corretora agrícola estadunidense Central States Commodities, Jason Britt. Para ele, diversos fatores sazonais poderiam explicar a ausência temporária da China na aquisição de soja americana. Um deles é a chegada da primavera, período em que a China frequentemente reduz as suas compras.
 
Impactos a curto e a longo prazo
Se as tarifas forem mantidas, o mercado espera uma queda nos preços das commodities agrícolas dos EUA, já que a China absorve 60% das exportações de soja americana, disse o economista-chefe da Associação Americana da Soja, Scott Gerlt. Ele acrescentou que, no caso da soja, substituir a demanda chinesa é extremamente difícil, e sua ausência pode causar impactos em toda a cadeia de suprimentos.
Mas analistas e traders reconhecem que a volatilidade em torno das decisões tarifárias de Trump torna difícil prever os movimentos futuros do mercado. Nesta semana, o presidente sinalizou disposição para reduzir as tarifas atuais sobre produtos chineses, embora a China esteja exigindo que essa redução ocorra de forma unilateral. 

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