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Economia

- Publicada em 29 de Janeiro de 2021 às 18:12

Agepes alerta para necessidade de apoio aos pequenos empresários de eventos

Busca de financiamento compatível à realidade das empresas foi debatida em reunião no BRDE

Busca de financiamento compatível à realidade das empresas foi debatida em reunião no BRDE


AGEPES/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Altamente impactado pelas restrições impostas pela pandemia e ainda sem possibilidade de retomar na totalidade as atividades, o setor de eventos gaúcho segue em busca de alternativas para manter os negócios de pé enquanto não há perspectiva de renda.
Altamente impactado pelas restrições impostas pela pandemia e ainda sem possibilidade de retomar na totalidade as atividades, o setor de eventos gaúcho segue em busca de alternativas para manter os negócios de pé enquanto não há perspectiva de renda.
Em reunião com a diretoria do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos (Agepes), que representa no Estado mais de 280 empreendedores, debateu a necessidade de adequar as linhas de fomento à realidade dos empresários do segmento.
Pesa sobre o setor a grande informalidade de pequenos e médios empresários, o que dificulta na hora da comprovação de faturamento mínimo para se credenciarem a linhas de crédito. Uma das alternativas mais recentes, a linha ofertada pelo BRDE para a economia criativa, exige capital de giro limitado a 20% do faturamento bruto da empresa. Nesse caso, para obter o valor mínimo de operação, de R$ 50 mil, o empresário teria de comprovar faturamento anual de R$ 250 mil, o que não favorece a maioria dos profissionais do ramo de eventos. "Essa regra, infelizmente, elimina 95% do nosso mercado. São DJs, garçons, doceiras, bufês, muitos desses sem empresa constituída formalmente, que ficam de fora dessas linhas. Considerar R$ 250 mil de faturamento mínimo retira a possibilidade de acesso ao crédito para muita gente", comenta o vice-presidente da Agepes, Alexandre Graziadio.
Com perfil voltado a empresas de maior porte, o BRDE não concede financiamentos abaixo de R$ 50 mil, e ressalta que lançou a linha de crédito de maneira emergencial e com juros abaixo de mercado, como forma de oferecer uma alternativa diferenciada aos empresários, não tendo como contemplar clientes de perfil diferente nem pessoa física. Apesar disso, abriu a possibilidade de aceitar a soma de duas matrículas de CNPJ para os empresários com dificuldade em comprovar renda maior, permitindo, assim, a soma de faturamento de duas empresas para o credenciamento ao financiamento.
Lançada em 14 de janeiro, a linha de crédito para a economia criativa já tem pedidos de financiamento de 40 empresários gaúchos em análise, que podem gerar uma movimentação de R$ 8 milhões em operações, se aprovados, segundo a assessoria do BRDE.
Para a Agepes, uma alternativa para ampliar o alcance da linha de crédito seria a mudança do valor mínimo oferecido pelo banco, bem como a validade do faturamento real dos empreendedores, e não o fiscal. "Não queremos derrubar regras, mas que se pense no faturamento real do empresário e se amplie o percentual em questão. Nossa sugestão seria oferecer de 80% a 100% de financiamento sobre o faturamento obtido pela empresa em 2019, antes da pandemia. Considerar 20% é muito baixo para a nossa realidade. Se não houver essa alternativa, não temos como contar com essa linha do banco", complementa o dirigente.
Para que essa alteração do percentual de faturamento mínimo fosse considerada é preciso, segundo o banco, aval dos diretores do BRDE dos três estados do Sul (RS, PR e SC) e aprovação do Banco Central, o que demandaria um longo processo, e sem garantia de êxito. "Para nós, nesse momento, todas as alternativas apresentadas são paliativas, precisamos é voltar a trabalhar e fazer o Estado ter um olhar diferenciado para o nosso setor, um dos poucos que anda não está operando", reforça Graziadio.
Nesse sentido, a Associação cobra do governo soluções voltadas aos pequenos empresários, que, segundo ela, não podem ficar exclusivamente nas mãos de cooperativas de crédito e altos juros. "O decreto estadual, na prática, limita a nossa atividade, que gira em torno de festas. Sabemos que a questão é de saúde, não podemos aglomerar, mas os eventos funcionam na clandestinidade, enquanto nós não podemos trabalhar, e isso deve ser visto de alguma forma pelo governo", desabafa o empresário.
A Agepes segue ainda em defesa da volta do auxílio emergencial do governo federal, que permitia a suspensão de trabalhadores e redução de jornadas neste período de restrições de atividades, e se soma à mobilização que será intensificada, em fevereiro, para aprovação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que tramita no Congresso.
Para alavancar esse debate, realizará assembleia geral extraordinária de urgência na próxima quarta-feira (3), em modelo virtual, para analisar também a possibilidade de ajuizar ações voltadas a preservar a sobrevivência dos profissionais e de elaborar projetos de lei para restituir parte dos prejuízos do setor.
Em todo o País, as restrições a eventos já geraram perdas de R$ 4,65 bi e fecharam mais de 450 mil vagas de trabalho.
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