Após a manifestação em defesa da anistia, no Rio de Janeiro, a oposição concentrou seu poder de fogo no Congresso. O deputado federal gaúcho Bibo Nunes (PL, foto) disse à coluna Repórter Brasília que o próximo passo agora é votar a anistia na Câmara. "Vamos entrar com pedido de urgência para votar logo a anistia, que acredito, vai passar."
Manifestação pela anistia
Com faixas e cartazes com críticas ao Supremo Tribunal Federal e mensagens como "anistia já", milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inclusive com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo (Republicanos), Cláudio Castro, do Rio de Janeiro (PL), Jorginho Mello, de Santa Catarina (PL), e Mauro Mendes (UB), do Mato Grosso, se reuniram em ato público na praia de Copacabana no Rio, no domingo, em defesa da anistia aos presos nos atos de 8 de janeiro de 2023, animaram os bolsonaristas para andar mais rápido no Parlamento.
'Sem faca, metralhadora ou líder'
Na opinião de Bibo Nunes, a manifestação no Rio foi válida para "demonstrar o apoio à anistia para inocentes, injustamente, condenados num caso sem fundamento algum. Foram acusados de golpe de Estado sem terem ao menos uma faca, uma metralhadora, um líder. Absurdo máximo, porque não teve uma faca, não teve um tiro, nada".
Trilogia dos absurdos
"Daqui a um tempo o Brasil vai ganhar um Oscar, com certeza, fazendo uma trilogia, não só um filme, uma trilogia sobre esses absurdos, essa grande injustiça que alguns brasileiros estão sofrendo, acusados de tentativa de golpe militar. Que golpe é esse?", questiona Bibo Nunes.
Bolsonaro diz que não fugirá do País
Ao discursar aos apoiadores, Bolsonaro citou a disputa eleitoral do ano que vem. "Peço a vocês, por ocasião das eleições do ano que vem, que me deem 50% da Câmara e 50% do Senado, que eu mudo os destinos do nosso Brasil." Ele disse que não fugirá do País.
Julgamento dia 25 de março
O ex-presidente e outras 33 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República por cinco crimes. O julgamento está marcado para o dia 25 de março. Esta foi a quarta manifestação convocada por Jair Bolsonaro desde que deixou a presidência. Nas redes sociais, aliados do presidente Lula criticaram o evento.
Confessar os crimes
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que "falar em anistia para quem ainda será julgado, significa confessar a gravidade dos supostos crimes". Afirma ainda que "é absolutamente necessário o julgamento e punição desses criminosos no devido processo legal, para que nunca mais se tente instalar uma ditadura no Brasil".
Críticas ao Supremo
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, fez duras críticas ao Supremo. Já o deputado federal gaúcho Luciano Zucco (PL) e Bolsonaro, em reuniões no Rio, montaram estratégias em favor da anistia. O encontro foi visto como um movimento estratégico para alinhar as próximas ações no Congresso, especialmente a articulação para a apresentação do requerimento de urgência que pretende levar o projeto da anistia diretamente ao plenário.