Diante da alta no preço do óleo diesel e da necessidade de correção salarial dos trabalhadores do transporte coletivo, o prefeito de Pelotas, Fernando Marroni conduziu a negociação que unificou as tarifas da zona urbana e rural sob o valor já praticado a R$ 6,00 para quem paga em dinheiro. A unificação tarifária está em vigor desde o domingo (16) em todas as modalidades de pagamento.
A negociação envolveu a participação dos empresários do consórcio do transporte coletivo de Pelotas, em aportarem R$ 200 mil mensais para a manutenção da paridade da tarifa. O restante do valor será subsidiado pela prefeitura. Nos próximos 12 meses, o montante a ser aplicado a fim de garantir a paridade será de R$ 3,7 milhões - R$ 1,3 milhão subsidiado pela prefeitura e R$ 2,4 milhões da iniciativa privada que opera o setor.
Na zona rural, o valor da tarifa técnica é de R$ 15,30. A diferença, de R$ 9,30 será paga pelo município e pelos empresários do setor à empresa Santa Cruz, que presta o serviço na região. "Mesmo diante de todas as dificuldades financeiras enfrentadas pela Prefeitura, que são enormes, optamos por manter o compromisso assumido com a população da zona rural de Pelotas", afirmou o prefeito. Sem o acordo, a tarifa na zona rural de Pelotas saltaria para R$ 10,00 - R$, 7,65 para estudantes.
De acordo com o titular da secretaria de Transporte e Trânsito, Eduardo Monteiro, a negociação permitiu também que a prefeitura avançasse em melhorias no sistema, especialmente em relação à manutenção da frota. "Nesta semana vamos entregar cinco novos ônibus, e temos assegurado o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT - documento necessário para registro e licenciamento de veículos de transporte coletivo). Além disso, será obrigatória a apresentação pelo Consórcio de uma vistoria técnica do engenheiro mecânico a cada seis meses, o que é uma garantia de manutenção, conforto e segurança aos passageiros", afirmou.
Ao mesmo tempo, a prefeitura busca medidas para conter o avanço do valor da tarifa e assim provocar um impacto menor no bolso do usuário do transporte coletivo. Uma delas é tornar a frota menos dependente do óleo diesel e, consequentemente, das oscilações do mercado de combustíveis. Uma das alternativas é o programa Refrota, que integra o Novo PAC, eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes, do governo federal.
"É um programa voltado para a sustentabilidade, com energia verde, que visa paulatinamente substituir o atual modelo, dependente de combustíveis fósseis", explica o diretor executivo da Secretaria de Planejamento e Gestão, José Júnior. De acordo com ele, até o dia 31 deste mês a prefeitura vai apresentar a proposta - a qual prevê aquisição de ônibus elétricos e estruturas de recarga. Para este eixo, o governo federal disponibiliza financiamento de até R$ 4,4 bilhões.