Duas notícias bem relevantes para a quarta maior rede de farmácias do Brasil que faturou R$ 5,4 bilhões em 2022 e pretende chegar a R$ 6,7 bilhões este ano. A gaúcha São João marcou a data da inauguração de seu maior e segundo centro de distribuição (CD), erguido na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), e também definiu onde será aberta e quando a loja número 1.000.
"A grande possibilidade é ser no bairro Restinga. Se forem lá agora no terreno, na rótula de acesso ao bairro na zona Sul, não tem nada, mas um empresário me passou a conversa que teria uma loja, vão achar ele um baita conversador (risos), mas até o fim do mês vai estar de pé", garantiu o presidente da rede, Pedro Henrique Brair, que foi a atração em evento da Federasul na manhã desta sexta-feira (10), na Capital.
"Somos tão rápidos que vamos inaugurar dia 30 e não começou a obra ainda", desafiou o empresário.
Loja número 1.000 e CD serão abertos no mesmo dia: 30 de março.
"Dia 30, se Deus permitir e todos estivermos mobilizados e trabalhando, vai ser inaugurada a loja 1.000 na Restinga."
A rapidez se deve ao alvará de construção em Porto Alegre, quase automático para segmentos de baixo e médio impacto, como as farmácias.
"Tem apoio gigante do município, vamos fazer dentro da lei, claro, mas aqui tem campo fértil para quem quiser empreender e gerar economia, emprego e renda", elogiou, direcionando o mérito à prefeitura.
O centro de distribuição, que custou R$ 205 milhões, segundo Brair, será um dos mais modernos do Sul do Brasil - tudo automatizado, avisou o presidente.
O empreendimento gigantesco está quase pronto ás margens da BR-290 (freeway), um pouco antes de Gravataí, no sentido Capital para o Litoral Norte. Mas equipes estão trabalhando de segunda a segunda e até de noite, disse.
Brair falou com a coluna Minuto Varejo e deu mais informações.
Este ano a rede vai abrir cem novas lojas, repetindo, segundo o principal comandante da marca, a marca de 2022. O ritmo, avisa ele, continua forte. "Vamos inaugurar oito só no Paraná até fim de abril", pontuou.
A pequena plateia, formada por dirigentes empresariais e empresários de diversos segmentos, aplaudiu o fundador da São João em diversos momentos.
Brair ficou em um tablado ao centro e, logo que começou, avisou que era uma "pessoa de hábitos simples, sou simples e costumes simples".
Antes disso, tirou de um bolsos do paletó o smartphone e de outro a carteira, para deixar sobre a mesinha ao lado da cadeira e perguntou: "Posso deixar a carteira aqui, né?", indagou aos espectadores.
Depois provocou eventuais especialistas em Direito, ao perguntar se todos ali sabiam qual era a "lei" mais importante de todas. Ante o silêncio e murmúrios de alguns que cogitaram tentar adivinhar, mas não arriscaram, o presidente da rede ergueu com a mão um livro de capa verde e respondeu:
"É a 'Lei'tura!, o que arrancou aplausos e até risos pela provocação. O livro que ele usou de exemplo não foi à toa. Era Mais Esperto que o Diabo, de Napoleon Hill, escrito em 1938, em meio a graves crises e pré-guerra e explora medos e outras fraquezas ante desafios.
Depois, Brair fez um passeio pela trajetória da marca, crescimento nos três estados, valores que ele admira nas equipes, como foco para aproveitar oportunidades. "Soberba, teimosia, queixumes, desânimo e preguiça, nem pensar!", avisou.
Futuro da São João: IPO ou fusão para fortalecer o negócio
O empresário admite que tem sido assediado para abrir o capital da rede e que há pessoas que entendem mais desse tema dentro do grupo. "Mas não pensamos muito nisso, e o momento não é propício para IPO (lançamento inicial de ações na bolsa)", disse Brair.
O presidente admitiu que o BTG já procurou a rede mais de uma vez para analisar a abertura de capital. "Temos condições de crescimento exponencial com os nossos próprios recursos", garantiu ele.
Sobre um IPO mais à frente, Brair disse que as "empresas têm de estar abertas a fusões para fortalecer o negócio. Não é dividir, é se somar com outros para se tornar mais fortes". "Há esta possibilidade sim", indicou sobre fusão no futuro.
"Não há uma conversa, mas muitas empresas nos procuram para fazer uma fusão para uma abrangência nacional. Quando voltar uma certa estabilidade e confiança na economia, tudo é possível", sinalizou, repetindo que teria sentido para tornar o grupo mais competitivo e perpetuar o negócio.