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- Publicada em 28 de Maio de 2020 às 17:47

Baleias franca nascidas no litoral Sul do Brasil têm relação com espécie da Antártica

Baleia franca que é avistada no litoral sul do Brasil habita ilha próxima à Antártica

Baleia franca que é avistada no litoral sul do Brasil habita ilha próxima à Antártica


ACERVO INSTITUTO AUSTRALIS/DIVULGAÇÃO/JC
Muitas pessoas já tiveram a oportunidade de ver de perto as baleias franca nas águas do mar da costa gaúcha e catarinense. A região é berçário da espécie entre maio e novembro, quando mamães baleias chegam, vindas do extremo sul do planeta, da fria Antártica, para ter seus filhotes e alimentá-los nos primeiros meses. Agora estudo com pesquisadores de 11 países confirma a relação entre estes animais e o habitat na região da ilha subantártica da Geórgia do Sul, próxima à ilha das Malvinas.           
Muitas pessoas já tiveram a oportunidade de ver de perto as baleias franca nas águas do mar da costa gaúcha e catarinense. A região é berçário da espécie entre maio e novembro, quando mamães baleias chegam, vindas do extremo sul do planeta, da fria Antártica, para ter seus filhotes e alimentá-los nos primeiros meses. Agora estudo com pesquisadores de 11 países confirma a relação entre estes animais e o habitat na região da ilha subantártica da Geórgia do Sul, próxima à ilha das Malvinas.           
O estudo internacional, com participação do professor Paulo Ott, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), descobriu onde se reproduzem as baleias-francas-austrais que se alimentam em torno da longínqua Geórgia do Sul. Segundo os pesquisadores da Uergs, o resultado melhorará os esforços de conservação para a recuperação da espécie. O estudo foi publicado em 20 de maio na revista científica internacional Journal of Heredity.
As baleias-francas-austrais foram caçadas por séculos até quase a sua extinção. Nesse estudo, o mais abrangente desse tipo já realizado, 30 pesquisadores de 11 países comparam o DNA de amostras de pele de baleias das ilhas subantárticas Geórgia do Sul, com amostras coletadas no Brasil, Argentina e África do Sul que são importantes áreas reprodutivas e berçários da espécie. Usando ferramentas moleculares de alta resolução, a equipe de pesquisadores confirmou que os animais observados na Geórgia do Sul nascem nas águas do sul do Brasil e da Argentina, e não na África do Sul.
Paulo Ott coordenou as coletas das amostras no Brasil, e de acordo com ele, a compreensão da relação entre as diferentes populações de uma espécie altamente migratória como a baleia-franca-austral somente foi possível devido à existência de uma rede internacional de colaboradores. As amostras do Brasil foram coletadas em parceria com pesquisadores do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars) e do Instituto Australis.
Segundo Karina Groch, diretora de Pesquisa do Instituto, os resultados do estudo mostram ainda o importante link migratório entre as áreas de ocorrência da espécie e confirmam a conexão entre o Brasil e Argentina, já indicado anteriormente pela comparação do catálogo das baleias foto-identificadas em cada uma das áreas. De acordo com os pesquisadores brasileiros, o próximo passo agora será aprofundar estes estudos e identificar de forma mais precisa quais as áreas de alimentação das baleias-francas-austrais que nascem no Brasil.
A equipe de pesquisadores do British AntarcticSurvey, que assinam também o artigo científico, está acompanhando ainda, de forma inédita, os movimentos de duas baleias-francas-austrais nas Ilhas Geórgia do Sul em tempo real usando transmissores de satélite fixados nos indivíduos no último verão. Uma das baleias monitoradas já está migrando para a costa sul-americana, fornecendo mais evidências dessa conexão migratória entre estas áreas. As baleias podem ser seguidas por meio deste link.
O artigo científico sobre as comparações genéticas entre as diferentes populações da espécie pode também ser acessado na íntegra neste deste link.
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