O governador Eduardo Leite enfatizou ao presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, nesta terça-feira (26), a
intenção de adquirir a vacina Sputnik V, que está sendo produzida pela empresa no Brasil. Em reunião na sede farmacêutica, em São Paulo, o chefe do Executivo gaúcho falou de sua preocupação com o fluxo de imunização no País e formalizou o interesse em comprar diretamente as doses do imunizante, caso haja a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial, e a vacina não seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“Temos uma preocupação com o ritmo e o fluxo da vacinação e, tendo uma empresa com a responsabilidade e a trajetória da União Química, com essa capacidade de produção prevista para a Sputnik V, o Rio Grande do Sul tem interesse em acessar e fazer a aquisição assim que ocorrer a autorização pela Anvisa para o uso emergencial, caso isso não seja feito por meio do PNI”, disse Leite, destacando que o Estado conta com uma das populações mais idosas do País.
Os dirigentes da União Química confirmaram que têm mantido reuniões quase que diárias com a equipe da Anvisa, e que estão sendo agilizadas as medidas para a realização da terceira fase de testes da vacina no Brasil, conforme exige a agência reguladora.
Se aprovado o uso emergencial, cerca de 10 milhões de doses do imunizante deverão ser recebidas da Rússia, entre fevereiro e março, e a produção nacional estaria apta a iniciar em abril, com capacidade de produzir 8 milhões de unidades mensais. “Estamos cumprindo todas as exigências e todas as etapas, e o quanto antes possível esperamos trazer e produzir localmente pra atender demanda brasileira”, disse o presidente do grupo.
Segundo os dirigentes da empresa, já há um protocolo de intenções do Ministério da Saúde para aquisição da vacina, seguindo a disposição de adquirir todos os imunizantes aprovados pela Anvisa.
O imunizante produzido na Rússia pelo Instituto Gamaleya, do governo russo, já está em uso na Argentina, no Paraguai, na Sérvia e em outros países, sem “nenhum efeito colateral grave ou reações significativas”, segundo o presidente da União Química.
A empresa, uma das maiores indústrias farmacêuticas da América Latina, com oito unidades fabris, vem disponibilizando toda sua estrutura industrial, tecnológica e biotecnológica no Brasil para o desenvolvimento e produção piloto do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina Sputnik V, em acordo firmado com o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF).