Os servidores municipais de Porto Alegre decidiram suspender a greve deflagrada no dia 1º de abril por reposição de perdas salariais desde 2016. A decisão foi tomada após assembleia geral realizada na tarde deste sábado (12), quando foi analisada a nova proposta da prefeitura.
Com isso, os trabalhadores voltam à ativa na segunda-feira. Mas a mobilização continua, com indicativo de nova assembleia geral no mês de maio. "A proposta apresentada ainda é muito rebaixada", disse ao Jornal do Comércio a diretora-geral do Sindicato dos Municipários (Simpa) Cindi Sandri.
A categoria pede reposição salarial de 33,4%, correspondente às perdas inflacionárias acumuladas desde 2016.
Neste sábado, a prefeitura encaminhou nova proposta, de reajuste de 4,83%, de forma parcelada até 2026. O índice corresponde à inflação medida pelo IPCA de janeiro a dezembro do ano passado.
No texto, assinado pelo secretário municipal de Administração e Patrimônio, Cassiá Carpes, e pelo secretário-geral de governo, André Coronel, também é proposto reajuste de 10% no vale-alimentação, em duas parcelas - na proposta anterior o reajuste eram os mesmos 4,83% sugeridos para a reposição salarial - e a criação de grupos de trabalho setoriais para seguir negociando outras demandas. Entre outros avanços, a gestão municipal diz ter encaminhado um pacote de projetos para a valorização dos servidores da Educação.
O Executivo municipal reconhece o índice de 4,62% de reajuste pleiteado para o ano de 2023 e disse que irá retomar a discussão do tema a partir de setembro, quando também promete estudar a possibilidade de antecipação do calendário de reajuste deste ano, em relação às parcelas estendidas para 2026. A prefeitura se compromete, ainda, a incluir no projeto de lei a ser encaminhado à Câmara de Vereadores o abono dos dias parados, mediante compensação.