Atualizada às 19h10min.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio) divulgaram nesta quinta-feira (26) o manifesto “Pela Reativação da Economia Gaúcha”. O governador Eduardo Leite falou, durante live no Facebook, disse que qualquer mudança dependerá da evolução dos casos da doença.
No documento, as três entidades manifestam sua preocupação com “a ameaça de desabastecimento que poderá ocorrer caso se prolonguem, além de um limite razoável, as proibições de atividades empresariais”, e propõem um retorno gradativo às atividades a partir de 1º de abril.
A proposta apresentada é o de “retorno gradativo das atividades econômicas, permitindo que as empresas – atendendo as recomendações de saúde, como o teletrabalho dos grupos de risco e o distanciamento entre pessoas – possam operar com 50% de pessoal nas suas atividades a partir do dia 1º de abril, e retomando a 100% em 6 de abril, quando o isolamento horizontal já terá cumprido 16 dias”, como diz o documento.
De acordo com as entidades, é preciso levar em conta as cadeias de fornecedores que, mesmo fora da área de saúde e alimentar (consideradas exceções de segmentos industriais e comerciais), são essenciais para que o produto final exista, em uma cadeia que não pode ter nenhum elo quebrado. “De nada adianta o campo produzir se o produto ‘in natura’ ou industrializado não chegar ao consumidor”, destacaram.
O documento alerta ainda que, no curto prazo, há o risco da falta generalizada de produtos, desde o campo até as lojas. “Assim, o sacrifício será de toda a população. Ainda há tempo de evitarmos o empobrecimento abrupto e irreversível da sociedade”, diz a carta.
Em nota, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL/RS) informa que, apesar de concordar com as medidas de isolamento social dos "brasileiros a partir dos 60 anos, diabéticos, hipertensos, além de outros grupos de risco e, evidentemente, os testados positivos" para o vírus, considera as demais medidas como um "exagero que deve ser evitado", uma vez que a entidade enxerga "um contexto de caos social e econômico" como consequência. No texto, a entidade diz ser favorável "à reabertura imediata dos estabelecimentos produtivos privados e públicos".
No mesmo caminho, o LIDE-RS, também em nota, reforçou a preocupação "com os impactos catastróficos à economia a curto e média prazo", em razão das medidas tomadas para conter o vírus. "É preciso começar a pensar em ações que mantenham a atividade econômica em funcionamento", defendeu a entidade, que também sugeriu o isolamento voltado a pessoas dos grupos de risco. "No quadro atual o fechamento de empresas e a demissão de funcionários, poderá evoluir com uma rapidez jamais vista na nossa história. O Brasil não pode, neste momento, dobrar suas taxas de desemprego", defende no texto.
O
governador condicionou qualquer mudança na situação de isolamento social e restrição a setores aos resultados das análises do comportamento da curva do coronavírus no Estado, da evolução dos casos e das respostas dos atendimentos que vêm sendo prestados na rede hospitalar.
"Estamos nos abastecendo de dados e, a partir daí, faremos uma avaliação sobre a abertura lenta e gradual do comércio no Rio Grande do Su. Temos preocupação com com o impacto econômico dessas medidas, com os empregos, mas também com a vida das pessoas. Vamos continuar trabalhando, também queremos sair o mais rápido possível disso, mas por enquanto fiquem em casa", reforçou Leite.