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Construção Civil

- Publicada em 22 de Outubro de 2021 às 16:15

Escassez de insumos é fator que impede maior crescimento

Materiais como pisos cerâmicos têm registrado elevação nos preços

Materiais como pisos cerâmicos têm registrado elevação nos preços


JOYCE ROCHA/JC
Nícolas Pasinato
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) de Porto Alegre, Jaime Silvano, o aço, o PVC, o alumínio e os pisos cerâmicos são alguns dos itens que mais preocupam a construção civil pela alta do preço. O incômodo com o alto custo da matéria-prima é, aliás, uma das principais queixas de empresários gaúchos de diferentes segmentos da indústria. De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), 74,4% dos entrevistados citaram a falta ou o elevado custo de matérias-primas como o principal problema enfrentado no primeiro trimestre de 2021.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) de Porto Alegre, Jaime Silvano, o aço, o PVC, o alumínio e os pisos cerâmicos são alguns dos itens que mais preocupam a construção civil pela alta do preço. O incômodo com o alto custo da matéria-prima é, aliás, uma das principais queixas de empresários gaúchos de diferentes segmentos da indústria. De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), 74,4% dos entrevistados citaram a falta ou o elevado custo de matérias-primas como o principal problema enfrentado no primeiro trimestre de 2021.
Uma das razões que explica os preços inflacionados, segundo o presidente da Acomac, é o aumento do dólar e o fato das empresas, visando vantagens de rendimento, preferirem exportar os seus produtos ao invés de abastecer o mercado interno.
O professor e coordenador do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Pucrs, Felipe Brasil Viegas, acrescenta que a quebra das cadeias produtivas de insumos ocorrida durante a pandemia, com longas interrupções de produção em diferentes segmentos, combinada com a retomada acelerada de negócios no mercado internacional e o incremento da demanda interna são também elementos que contribuíram para o desabastecimento de alguns materiais, assim como o aumento de seus custos.
"As dificuldades da economia nacional com a desvalorização do real; o crescimento da inflação que consome poupança e capacidade de investimento dos consumidores; a necessidade de elevação dos juros para combater a inflação, gerando o encarecimento dos financiamentos e incertezas políticas são fatores que levam a um cenário menos favorável e podem travar o ritmo da retomada de crescimento do setor", alerta Viegas.
A elevação de preços de materiais e equipamentos de construção acumula uma alta recorde de 32,92% no período de 12 meses encerrado em junho, segundo o INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção - Disponibilidade Interna), o que representa o maior patamar desde o início do Plano Real. O INCC-DI completo, por sua vez, incluindo também preços de mão de obra e de serviços, registra aumento de 17,34% no período.
Os itens que mais subiram de preço no período foram tubos e conexões de ferro e aço (alta de 91,66% em 12 meses até junho de 2021); vergalhões e arames de aço ao carbono (78,35%); condutores elétricos (76,19%); tubos e conexões de PVC (64,91%); eletroduto de PVC (52,06%); esquadrias de alumínio (35,21%); tijolo/telha cerâmica (33,82%); compensados (30,47%); cimento portland comum (27,62%) e produtos de fibrocimento (26,96%).
Para o professor da Pucrs, a resolução da falta de abastecimento de materiais de construção deve ocorrer em um processo espontâneo de mercado. "O abastecimento de matéria-prima com normalização dos transportes e a retomada organizacional das empresas virá naturalmente. As questões econômicas, com valorização da nossa moeda e normalização da demanda internacional é que podem levar mais tempo", analisa.
O presidente do Grupo Elevato, Irio Piva, relata que as negociações de compra com a indústria deixaram de ser baseadas em preços e passaram a ser sobre quem teria a preferência para receber o material escasso para a entrega. "Organizar isso com nossos compradores, gerentes e vendedores nos gerou uma demanda de trabalho nunca vista e muitas vezes incômodos com nossos clientes, que demoraram a entender a profunda crise de abastecimento que o mercado como um todo estava vivendo", conta.
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