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Economia

- Publicada em 22 de Outubro de 2020 às 19:42

'Situação não é tão dramática como em abril', diz CEO da Fraport

Andreea (à esquerda) apontou que as companhias aéreas projetam dezembro mais aquecido

Andreea (à esquerda) apontou que as companhias aéreas projetam dezembro mais aquecido


YOUTUBE/REPRODUÇÃO/JC
Patrícia Comunello
O ânimo mudou no comando da Fraport Brasil, concessionária do Aeroporto de Porto Alegre, sobre a retomada do setor aéreo, indicando mais otimismo, mesmo que a recomposição do patamar de 2019, pré-pandemia, seja projetada apenas para 2025. A CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal, disse que as companhias aéreas projetam crescimento de voos para viagens de fim de ano.
O ânimo mudou no comando da Fraport Brasil, concessionária do Aeroporto de Porto Alegre, sobre a retomada do setor aéreo, indicando mais otimismo, mesmo que a recomposição do patamar de 2019, pré-pandemia, seja projetada apenas para 2025. A CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal, disse que as companhias aéreas projetam crescimento de voos para viagens de fim de ano.
"A situação não é tão dramática como foi em abril. Estamos um pouco mais otimistas sobre o futuro", definiu Andreea, ao abrir sua participação na live promovida pela Câmara Brasil Alemanha no Rio Grande do Sul que tratou do cenário do setor aéreo, nesta quinta-feira (22). A Fraport Brasil é subsidiária da alemã Fraport, que administra cerca de 30 aeroportos no mundo. No Brasil, a companhia também detém a concessão do terminal de Fortaleza, no Ceará.
Andreea apresentou dados novos do desempenho do complexo na Capital. Setembro teve fluxo de cerca de 200 mil passageiros, movimento 31,7% acima de agosto, mantendo o nível de crescimento, que também havia ficado na faixa dos 30% em agosto sobre julho. Ante o mesmo mês de 2019, o desempenho é bem abaixo, com queda de 71,3%, ou menos de um terço do fluxo que foi de quase 700 mil passageiros, mas com recuo menor que o mês de agosto. 
A Fraport projeta retomada de 38% dos voos este ano, 54% em 2021, 67% em 2022, 77% em 2023 e 87% em 2024. No ano seguinte, o patamar pré-Covid-19 se restabeleceria. A CEO citou que os planos de retorno do negócio foram revisados em 2020 com adoção de uma perspectiva conservadora. "Esperamos encontrar nossa curva de negócio em outubro", adiantou a executiva.   
Ao mesmo tempo em que já há expectativa de tráfego mais aquecido em dezembro, a situação se restringe ao mercado doméstico. Andreea citou que o setor que hoje não vem bem é o de voos internacionais. Nesta quinta-feira, a TAP Air pretendia reativar o voo entre Porto Alegre e Lisboa, mas acabou cancelando a oferta devido à baixa procura. Um dos motivos é que turistas brasileiros não conseguem entrar na Europa.
"A demanda baixa fez a TAP decidir transferir para o fim do ano ou somente em 2021 a retomada", observou a CEO.
Segundo Andreea, a possibilidade de ativação de novas conexões, como de Porto Alegre a Miami, nos Estados Unidos - que ainda mantém restrição ao ingresso de brasileiros, e a Milão, na Itália, e de cargas para o Oriente Médio em 2022, após a conclusão da ampliação da pista de pouso e decolagens, passa a ser dúvida, em função da pandemia e do fluxo internacional.
A pista ampliada dará condição de operação a aeronaves de maior porte e com carga total. Hoje as obras sofrem atraso e até incerteza de término em dezembro de 2021, previsão do contrato com a Agência Nacional de Aviação (Anac), devido à demora na remoção de famílias na Vila Nazaré.  
Andreea também ponderou que ter uma pista com maior capacidade não significa automaticamente mais voos internacionais. Frequência semanal de pelo menos três voos e maior fluxo concentrado no terminal da Capital são decisivos para criar atratividade para desenvolver as rotas. 
Na live, houve questionamentos sobre como criar maior fluxo e alavancar o Aeroporto de Porto Alegre como um hub com mais importância na malha. Medidas até mesmo de incentivo à permanência de viajantes na cidade e redução da tributação do ICMS sobre o querosene de aviação foram citadas por Andreea como fatores que podem melhorar a posição da Capital no fluxo de passageiros. Em 2019, o governo gaúcho reduziu a alíquota sobre o querosene de aviação para incentivar voos regionais. 
Marcus Coester, presidente da Câmara Brasil Alemanha no RS, disse que vai buscar as autoridades para avaliar ações que possam melhorar a condição local. A menor tributação do combustível em São Paulo, por exemplo, posiciona terminais como os de Guarulhos, da concessionária GRU, como prioridade para abastecimento de aeronaves. 
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